ATA DA SEXAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 27-8-2007.

 


Aos vinte e sete dias do mês de agosto do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Margarete Moraes e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 3422 e 3423/07; pelo Vereador Dr. Raul, o Pedido de Providência nº 3421/07; pelo Vereador Guilherme Barbosa, os Pedidos de Informação nos 138 e 139/07 (Processos nos 6368 e 6369/07, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 171/07 (Processo nº 5194/07) e o Projeto de Resolução nº 071/07 (Processo nº 5704/07); pelo Vereador Márcio Bins Ely, os Pedidos de Providência nos 3377 e 3419/07; pela Vereadora Margarete Moraes, o Pedido de Providência nº 3420/07; pela Vereadora Maria Luiza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 055/07 (Processo nº 1762/07), as Indicações nos 116, 117, 118, 119 e 120/07 (Processos nos 6333, 6335, 6336, 6337 e 6338/07, respectivamente) e os Pedidos de Providência nos 3378 a 3418/07; pelo Vereador Nereu D’Avila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 153/07 (Processo nº 4783/07); pelo Vereador Professor Garcia, o Projeto de Resolução nº 074/07 (Processo nº 5841/07). Também, foram apregoados os Memorandos nos 272 e 273/07, firmados pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa as Representações Externas, respectivamente: da Vereadora Neuza Canabarro, hoje, em almoço com integrantes dos Conselhos Deliberativos Estadual e Nacional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE –, às treze horas, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio; do Vereador Dr. Raul, hoje, no II Seminário Estadual sobre Família e Desenvolvimento, às quatorze horas, no Centro de Eventos Casa do Gaúcho, em Porto Alegre. Ainda, foram apregoadas a Subemenda nº 01, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP, subscrita pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do PMDB, à Emenda nº 02; e a Emenda nº 03, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP, ambas ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 008/05 (Processo nº 2287/05). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 3232, 3342, 3351, 3383, 3572 e 5416/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Qüinquagésima Nona, Sexagésima, Sexagésima Primeira, Sexagésima Segunda e Sexagésima Terceira Sessões Ordinárias e da Décima Oitava Sessão Solene. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Maria Genoveva Penna, representando o Fórum Municipal das Pessoas com Deficiências de Porto Alegre, que, tendo seu pronunciamento traduzido da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS –, pela Senhora Ângela Russo, divulgou o IV Seminário Municipal das Pessoas com Deficiência e Altas Habilidades, a ser realizado no dia trinta e um de agosto do corrente, neste Plenário, salientando que nesse evento serão discutidas proposições para criação do Conselho Municipal de Pessoas com Deficiência. Ainda, sugeriu melhorias na tradução para a Língua Brasileira de Sinais realizada pela TVCâmara. Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Carlos Comassetto, Clênia Maranhão, Márcio Bins Ely, João Antonio Dib, José Ismael Heinen e Bernardino Vendruscolo manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente informado que durante esse período seria assinalado o transcurso do sexagésimo aniversário da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Compuseram a Mesa: o Vereador João Carlos Nedel, 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; o Senhor Jarbas Lima e a Senhora Ana Maria Ortiz, respectivamente Diretor e Vice-Diretora da Faculdade de Direito da PUCRS; o Desembargador Francisco José Moesch, representando o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor João Dornelles Júnior, representando a Reitoria da PUCRS; a Senhora Sulamita Santos Cabral, representando a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul – OAB/RS. Na ocasião, por solicitação do Vereador Bernardino Vendruscolo, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Carlos Köbe, falecido ontem. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Antonio Dib historiou a criação e o desenvolvimento da Faculdade de Direito da PUCRS, destacando docentes e discentes dessa instituição de ensino, reconhecidos nos campos profissional e político. Nesse sentido, enalteceu a seriedade e a competência apresentadas pela entidade homenageada e aplaudiu a oferta, tanto à comunidade acadêmica quanto à população em geral, de diversos serviços e cursos de extensão na área jurídica. O Vereador Sebastião Melo, homenageando a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul pelo septuagésimo aniversário de sua Faculdade de Direito, defendeu uma reflexão acerca das condições do sistema de ensino superior no Brasil, em especial no tocante aos cursos de Ciências Jurídicas. Nesse contexto, mostrou-se contrário à criação desenfreada de faculdades de Direito no País, alegando que essa prática é prejudicial à qualidade da educação superior. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Jarbas Lima, que destacou a importância do registro hoje efetuado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, relativamente ao transcurso do sexagésimo aniversário da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Às quinze horas e trinta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do Dia do Corretor de Imóveis, nos termos do Requerimento nº 013/07 (Processo nº 0849/07), de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo. Compuseram a Mesa: a Vereadora Maristela Meneghetti, 1ª Vice-Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; o Senhor Ederon Amaro Soares da Silva e a Senhora Deise Elisabeth Ambrosi, respectivamente Conselheiro e Superintendente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da 3ª Região – CRECI-RS. Ainda, a Senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, dos Senhores Luiz Darwin da Silva Maciel, Presidente da Rede Gaúcha de Imóveis, e Manoel Gervásio Teixeira, ex-Presidente do CRECI-RS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Bernardino Vendruscolo discorreu acerca das modificações feitas na sociedade brasileira com o surgimento dos Corretores de Imóveis, frisando que essa atividade, quando voltada ao ramo imobiliário, investe-se de maior relevância, por lidar com bens cuja aquisição geralmente representa a concretização de um sonho. Também, atentou para a qualificação técnica exigida de Corretores de Imóveis para o exercício satisfatório de sua profissão. O Vereador Bernardino Vendruscolo, em tempo cedido pelo Vereador Sebastião Melo, dando continuidade a seu pronunciamento em homenagem ao transcurso do Dia do Corretor de Imóveis, ressaltou as dificuldades impostas ao trabalho dessa categoria profissional pelas diferenças existentes entre avaliações oficiais do valor de um imóvel e cobrou do Executivo maior divulgação da possibilidade de parcelamento do Imposto sobre a transmissão “inter-vivos” – ITBI. O Vereador Luiz Braz, mencionando a importância dispensada pelas pessoas a suas residências e os esforços necessários para adquirir um bem dessa natureza, enalteceu o papel desempenhado pelos Corretores de Imóveis na intermediação dessas transações. Da mesma forma, considerou crucial a constante qualificação dos profissionais que atuam no mercado imobiliário, a fim de bem servir pessoas e empresas interessadas em realizar negócios nessa área. O Vereador Márcio Bins Ely, parabenizando o Dia do Corretor de Imóveis e elogiando os pronunciamentos anteriores sobre o tema, teceu considerações a respeito das mudanças ocorridas no mercado de imóveis ao longo dos últimos tempos. Ainda, manifestou-se acerca da importância dos debates sobre o Projeto que propõe alterações no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, o qual será enviado pelo Executivo Municipal a esta Casa. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Senhor Ederon Amaro Soares da Silva, que destacou a importância do registro hoje efetuado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, relativamente ao transcurso do Dia do Corretor de Imóveis. Às dezesseis horas e doze minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e quatorze minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell discutiu criticamente a atuação do Senhor Beto Moesch, Secretário Municipal do Meio Ambiente, mencionando conflito existente na Rua Corte Real, no Bairro Petrópolis, onde árvores estariam sendo cortadas com o consentimento dessa Secretaria e à revelia de consulta à população e a entidades de proteção à natureza. Nesse sentido, cobrou explicações do Executivo Municipal a respeito do assunto. O Vereador Nilo Santos elogiou a presidência da Fundação de Assistência Social e Cidadania, no que diz respeito à solução dada para problema entre funcionário dessa entidade e menores do Abrigo Ingá Brita. Sobre o tema, discorreu acerca das dificuldades para tratar da questão social envolvendo crianças em situação de abandono na Cidade, afirmando que, nos últimos dezoito anos, o número de menores de rua passou de vinte para mais de seiscentos indivíduos. A Vereadora Clênia Maranhão contestou críticas ao Secretário Beto Moesch, hoje formuladas pelo Vereador Adeli Sell, em Comunicações, apresentando dados relativos às políticas seguidas pelo Governo Municipal com referência ao meio ambiente. Ainda, convidou para reunião conjunta de Comissões a ser realizada amanhã, neste Legislativo, para análise do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/07, que cria o Sistema Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável. Em PAUTA ESPECIAL, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Executivo nos 016 e 017/07, discutidos pelos Vereadores Adeli Sell, Clênia Maranhão, João Antonio Dib, Marcelo Danéris, Carlos Comassetto e João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria Luiza, defendendo projetos de sua autoria, em tramitação na Casa, analisou limites constitucionais atinentes aos poderes que possuem os Municípios no ordenamento de atividades exercidas em seus territórios. Nesse sentido, reportou-se, em especial, em relação aos Projetos de Lei do Legislativo nos 064/07, que regulamenta o serviço de radiodifusão comunitária, e 127/07, que cria Setor de Cobrança na Empresa Pública de Transporte e Circulação. Na oportunidade, a Vereadora Maria Luiza manifestou-se relativamente ao teor do pronunciamento do Vereador João Antonio Dib, tendo o Vereador João Antonio Dib prestado esclarecimentos acerca do assunto. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 164, 166, 167, 170, 172, 126 e 151/07, os dois últimos discutidos pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 015/07, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell e Carlos Comassetto; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07, os Projetos de Lei do Legislativo nos 064, 098, 103, 113, 122, 142, 143, 156, 159, 168 e 127/07, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 051/07. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei referiu-se à visita do Deputado Federal Aldo Rebelo ao Estado, para participar de evento na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e para discutir a aproximação das forças políticas que têm semelhança de idéias em relação às eleições do ano que vem para a Prefeitura de Porto Alegre. Ainda, registrou as comemorações do aniversário da Deputada Federal Manuela d’Ávila, ocorridas no dia vinte e cindo do corrente mês. O Vereador Adeli Sell discorreu sobre a visita efetuada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Rio Grande do Sul, no dia vinte e quatro de agosto do corrente. No referente ao assunto, saudou o anúncio, pelo Governo Federal, de liberação de verbas oriundas do Plano de Aceleração do Crescimento, declarando que, em nenhum momento da história, o Rio Grande do Sul recebeu recursos federais nesse montante para aplicação em projetos de infra-estrutura e desenvolvimento do Estado. O Vereador João Antonio Dib comentou o pronunciamento de hoje do Vereador Adeli Sell, em Comunicação de Líder, acerca do anúncio, pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da liberação de verbas para aplicação em projetos no Estado. Também, teceu críticas ao Governo Federal, citando recursos públicos recebidos pelo Rio Grande do Sul e, em especial por Porto Alegre, durante o período do Regime Militar implantado no Brasil após mil novecentos e sessenta e quatro. O Vereador Claudio Sebenelo reportou-se criticamente às ações do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Governo Federal, em relação ao desenvolvimento do País, afirmando que a transferência de dinheiro para o Rio Grande do Sul não passa de promessas não-cumpridas. Também, referiu-se às condições em que o Partido dos Trabalhadores entregou a Cidade de Porto Alegre ao Prefeito José Fogaça, citando, por exemplo, o fechamento da Empresa Porto-alegrense de Turismo. O Vereador Márcio Bins Ely mencionou atividades desenvolvidas pelo movimento “Mais Saúde para os Hospitais”, organizado por federações e sindicatos ligados aos hospitais filantrópicos e aos profissionais médicos. Da mesma forma, propugnou por políticas públicas que priorizem investimentos nessa área, afirmando que os valores pagos pelo Sistema Único de Saúde não correspondem aos custos dos procedimentos executados, prejudicando a qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos. O Vereador José Ismael Heinen abordou os Projetos de Lei do Executivo nos 016 e 017/08, que dispõem, respectivamente, sobre as Diretrizes Orçamentárias e o Plano Plurianual a serem aplicados no Município. Ainda, teceu considerações quanto ao crescimento do percentual de favelados em Porto Alegre, apoiando a implantação de projetos voltados à construção de moradias e à regulamentação fundiária, como fórmula para garantir o resgate da dignidade e mais qualidade de vida à população. A Vereadora Clênia Maranhão enalteceu a participação dos agentes de saúde municipais na campanha da vacinação infantil contra a poliomielite, realizada anteontem. Ainda, ressaltou a ampliação das inscrições para moradias destinadas a população de baixa renda em Porto Alegre e, finalizando, comentou a significância de eventos culturais realizados no centro da Cidade, ressaltando as parcerias feitas nesse sentido entre o Executivo Municipal e entidades ligadas à cultura. Às dezoito horas e cinqüenta minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste, Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro e pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e Adeli Sell, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Maria Genoveva Penna, representando o Fórum Municipal das Pessoas com Deficiências, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para apresentar o Fórum Municipal das Pessoas com Deficiências em Porto Alegre.

 

A SRA. MARIA GENOVEVA PENNA: (Com tradução para língua de sinais - Libras - feita por Ângela Russo.) Vocês não entenderam o que eu falei, porque não tinha a interpretação em língua de sinais. E isso é a acessibilidade que nós queremos. É uma delas. Então, vou repetir o que eu disse. Meu nome é Maria, e eu estou muito feliz de estar aqui para divulgar o Seminário que o Fórum está realizando juntamente com a Câmara de Vereadores.

O objetivo desse Seminário é poder discutir a inclusão que nós, pessoas com deficiências, queremos. Além disso, o Seminário também se propõe a discutir a criação do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiências, principalmente sobre os dois Projetos que estão na Casa; um, específico, que o Fórum organizou há muito tempo, e o outro que a Secretaria da Acessibilidade encaminhou para esta Casa.

O Seminário acontecerá no dia 31 de agosto, sexta-feira, das 9h às 18h, aqui no Plenário Otávio Rocha. É muito importante a participação dos Srs. Vereadores nesse evento, principalmente para que os senhores se apropriem dessa discussão sobre a inclusão que nós queremos e, principalmente, para estarem mais apropriados para o momento de votação desse Projeto da criação do Conselho. Então, nós esperamos, de verdade, contar com a presença de vocês, porque isso será muito importante para nós.

Finalizando, eu gostaria de agradecer a Câmara de Vereadores pela presença do intérprete na TVCâmara, com a presença da Sandra e da Celeste. Mas, infelizmente, tenho uma crítica para fazer: o tamanho da tela é muito pequeno, a gente não consegue visualizar e, às vezes, a roupa que se usa não está dando contraste. Portanto, quero que vocês reflitam sobre isso. Parabéns pela iniciativa de ter um intérprete de língua de sinais na TVCâmara. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Srª Maria Genoveva Penna.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero cumprimentar o Fórum das Pessoas com Deficiências, na pessoa da Srª Maria Penna, que traz aqui esta mensagem tão necessária e tão atual. Falo em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores: Ver. Adeli Sell, Ver. Aldacir Oliboni, Ver. Marcelo Danéris, Ver. Guilherme Barbosa, Verª Margarete Moraes, Verª Sofia Cavedon e Ver. Carlos Todeschini.

Como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, juntamente com o Ver. João Carlos Nedel, temos tido todo o diálogo com o Fórum das Pessoas com Deficiências, ajudando não só a fazer o debate, mas a inserir nas políticas municipais todas as demandas necessárias para que Porto Alegre realmente seja uma cidade que inclua. Portanto, esta é uma tarefa coletiva em que estamos trabalhando, e o nosso Partido está sempre junto com o Fórum, construindo essa política de inclusão em Porto Alegre.

Nossos parabéns à Maria Penna, ao José, que coordena o Fórum, e a todos os militantes que, mais uma vez, organizam esse Seminário. O Fórum já tem longos anos de trabalho e de organização na cidade de Porto Alegre. Portanto, os nossos parabéns. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. Carlos Comassetto.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queremos saudar todos e todas; os membros do Fórum Municipal das Pessoas com Deficiências de Porto Alegre, os militantes da causa da cidadania e dos direitos humanos, e saudar a Maria Genoveva Penna, agradecendo a sua presença nesta Casa.

Nós estamos vivendo um momento muito importante neste Parlamento em relação a esse tema, porque nós, os Vereadores e Vereadoras, estamos discutindo, no interior das nossas Comissões Permanentes, um Projeto de Lei do Executivo Municipal que trata desse tema. Temos, também, um Substitutivo. Quero dizer que a existência dos dois Projetos, seguramente, vai enriquecer muito o nosso debate.

Dentro, também, do espírito de democratizar ao máximo esta discussão, estamos ouvindo muito atentamente as opiniões na tarde de hoje.

Participaremos, em nome das nossas Bancadas, também, deste tema. O Ver. Professor Garcia e o Ver. Elias Vidal também são militantes das causas sociais e das pessoas portadoras de deficiências. E nós, inclusive, quarta-feira, já temos uma reunião com o Secretário Tarcízio, com o conjunto dos Vereadores e Vereadoras da base, para podermos, exatamente, nos apropriar de todas as informações advindas do Governo e, também, advindas da sociedade civil, para que, no dia da votação - que esperamos que ocorra ainda nesse mês de setembro -, possamos finalmente criar os novos instrumentos legais que venham a aprimorar cada vez mais as propostas e as implantações das políticas públicas referentes às pessoas portadoras de deficiências no nosso Município.

Obrigada pelas suas presenças. Parabéns a todas a todos pelo trabalho que vocês têm realizado. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exmo Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel, na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; Srª Genoveva Penna, representando o Fórum Municipal das Pessoas com Deficiências de Porto Alegre; Sr. José Dutra, Coordenador; autoridades aqui presentes; falo em nome da minha Bancada, a Bancada do PDT, composta, nesta Casa, pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Mario Fraga, Ervino Besson e por este Vereador, para também saudar esse trabalho, essa interlocução que é feita pelo Fórum Municipal das Pessoas com Deficiências.

Quero dizer que faço parte da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal e que, no início desta Legislatura, também tive uma participação ativa na Comissão Especial de Pessoas Portadoras de Deficiências, que foi instituída nesta Casa Legislativa, para que nós pudéssemos dar, também, a nossa contribuição, como Legislativo, a essa demanda tão importante que o atual Governo priorizou - tanto é verdade, que foi constituída uma Comissão que criou a Secretaria de Acessibilidade. Hoje nós temos essa ferramenta, esse instrumento que o Poder Executivo concretizou e materializou, que é a Secretaria de Acessibilidade.

Nós sabemos que esse Projeto - como bem colocou a Verª Clênia Maranhão -, que tramita na Casa com o objetivo de criar o Conselho Municipal de Pessoas Portadoras de Deficiências, também é mais um instrumento que consolida e solidifica essa caminhada na luta pelos direitos das pessoas portadoras de deficiências.

Então, eu quero dizer que nós nos somamos a essa caminhada, desejamos vida longa ao Fórum, e temos o compromisso de nos empenhar, no sentido de darmos todas as condições possíveis para que, através da legislação, nós possamos, efetivamente, garantir os direitos àqueles que tanto precisam, que são as pessoas portadoras de deficiências. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. Márcio Bins Ely.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; em nome da Srª Maria Penna e do Sr. José Dutra, saúdo os integrantes do Fórum Municipal das Pessoas com Deficiências de Porto Alegre. Eu quero cumprimentá-los e desejar que, na realização do IV Seminário Municipal das Pessoas com Deficiências e das Pessoas com Altas Habilidades, se encontrem soluções, e que aqueles políticos que lá comparecerem não apenas façam discursos, mas apontem possibilidades de soluções, apontem algo objetivo, para que nós possamos melhorar as condições dessas pessoas que têm dificuldades e que as enfrentam com muita galhardia.

Quero dizer aos integrantes do Fórum que a minha Bancada - dos Vereadores João Carlos Nedel, Newton Braga Rosa e eu - dará total apoio ao Projeto do Executivo, que deverá ser votado talvez dentro de 30 ou 40 dias. Nós desejamos a todos vocês Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel, quero cumprimentar, com todo o carinho, a Srª Maria Penna, que nos vem fazer esse apelo maravilhoso da participação nesse IV Seminário. Quero também parabenizar a Câmara Municipal por esse evento, porque todos sabemos da necessidade de aprimorarmos, a cada dia, as nossas políticas de inclusão social, principalmente as voltadas para as pessoas com deficiências e com altas habilidades. Sou testemunha da potencialidade dessas pessoas, acho que cabe a nós - o Poder Público, a sociedade brasileira - fazermos todo o esforço, para que eles tenham a auto-estima fortalecida, e que nós, que não temos essa sensibilidade que elas têm, possamos fazer com que elas colaborem conosco, com a sociedade, com aquilo que de melhor elas têm e que têm melhor do que nós.

O meu clube, Geraldo Santana, que trazemos como exemplo, mantém um grupo de danças de surdos e mudos que muito abrilhanta e que muito nos orgulha. Eu espero que iniciativas assim, e outras - profissionais também - possam se desencadear para o bem do desenvolvimento da nossa sociedade, principalmente com o fundamento da solidariedade e do amor ao próximo.

Contem com o apoio do Democratas, em sugestões e participações. Deus os abençoe, e sucesso para todos nós. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. José Ismael Heinen.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel, falo em nome dos Vereadores Sebastião Melo, Haroldo de Souza e Dr. Raul.

Realmente, Srª Maria Genoveva Penna, podemos afirmar que muito se progrediu, pois, até há alguns anos, não se viam os veículos de comunicação, mais especificamente os jornais, colocando anúncio de contratação de pessoas com deficiência. Hoje já estamos vendo isso - neste final de semana, inclusive, saiu um anúncio. Então, nós podemos afirmar que muito progredimos. Agora, todo esse progresso se deve, sim, à luta, em primeiro lugar, de vocês. Sigam lutando! E nós, do PMDB, como tantos outros aqui que já se pronunciaram, certamente estaremos unidos, contribuindo naquilo que for possível. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo. Não existem mais Bancadas inscritas. Agradeço a presença da Srª Maria Genoveva Penna e suspendo os trabalhos da presente Sessão, por um minuto, para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h38min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel – às 14h39min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Grande Expediente de hoje destina-se a homenagear os 60 anos da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, por proposição do Ver. João Antonio Dib, em tempo cedido pelo Ver. Almerindo Filho. Convidamos, para compor a Mesa o Dr. Jarbas Lima, Diretor da Faculdade de Direito da PUC-RS; o Des. Francisco José Moesch, Exmo representante da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado; o Dr. João Dornelles Júnior, Pró-Reitor de Extensão da PUC-RS, neste ato, também representando o Dr. Joaquim Clotet, Magnífico Reitor; a Drª Ana Maria Ortiz, Vice-Diretora do Curso de Direito da PUC-RS; e a Drª Sulamita Santos Cabral, Secretária-Geral da Ordem dos Advogados do Rio Grande do Sul, neste ato, representando a Presidência da OAB-RS.

Composta a Mesa, ouço o Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Requerimento): Ver. João Carlos Nedel, na Presidência dos trabalhos, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Carlos Köbe, pessoa que partiu e que, certamente, vai deixar saudade aos seus amigos, familiares e a todos os porto-alegrenses. O Carlos Köbe é pai de Jane, Joel, Jairo, Jair, Jaider, Janice, Jardel; sua esposa já partiu há alguns meses. Carlos Köbe é pai dos grandes artistas Jairo e Jair Köbe - aliás, a família toda é da arte -, que têm feito sucesso em todo o Rio Grande do Sul, especialmente, na Capital, nesses últimos tempos.

Então, solicito um minuto de silêncio em homenagem a esse grande homem. Lá, no cemitério, vimos toda a família a cantar as músicas do pai; foi, para nós que estivemos lá, um momento muito bonito e, ao mesmo tempo, muito triste.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo. Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Como informei, estamos no Grande Expediente, destinado a homenagear os 60 Anos da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, por proposição do Ver. João Antonio Dib.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; Dr. Jarbas Lima, nobre Diretor da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Desembargador Francisco Moesch, Exmo representante da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado, que também foi aluno da Faculdade de Direito da PUC; Dr. João Dornelles Júnior, Pró-Reitor de Extensão da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, neste ato, representando o Magnífico Reitor Joaquim Clotet; Drª Ana Maria Ortiz, Vice-Diretora do Curso de Direito da PUC; Srª Sulamita Santos Cabral, Secretária-Geral da Ordem dos Advogados do Rio Grande do Sul, neste ato, representando a Presidência da OAB/RS; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; autoridades presentes; representantes da imprensa; senhoras e senhores, em primeiro lugar, eu quero agradecer o Ver. Almerindo Filho pela cessão do tempo, para que eu pudesse fazer esta homenagem, em nome da Casa - em nome de todos os Vereadores também, mas outros Vereadores vão se pronunciar -, pelos 60 anos da Faculdade de Direito da PUC.

Em 1940, apenas duas faculdades de Direito existiam no Rio Grande do Sul, diferentemente de hoje, quando quase duas dezenas de faculdades de Direito estão espalhadas pelo nosso Rio Grande. Um grupo de intelectuais daquela época, liderados por Armando Câmara, divulgou a idéia da formação de uma Faculdade Católica de Direito. A idéia chegou ao conhecimento do Irmão Afonso, que estava lá na França, e os Maristas já detinham duas faculdades: a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas e a Faculdade de Educação, além da Escola de Serviço Social, todas mantidas por eles.

E, lá na França, o Irmão Afonso se entusiasmou com a idéia e mandou dizer, no dia 16 de maio de 1946, que a determinação dos Maristas era de assumirem a responsabilidade pelo empreendimento da Faculté de Droit Mariste, Faculdade de Direito Marista. E, ao confirmarem o ideário fundamental dessa faculdade, em seu nascedouro, bastaria referir a presença de ilustres intelectuais católicos, que discutiram e prestigiaram sua criação, dos quais destaco apenas, à guisa de exemplos, a figura dos eminentíssimos professores: Armando Câmara - seu primeiro Diretor -, Ruy Cirne Lima, Eloy José da Rocha, Adroaldo Mesquita da Costa, Balthazar Gama Barbosa, Armando Dias de Azevedo, Elpídio Ferreira Paes, Camilo Martins Costa, José Luiz de Almeida Martins Costa, Francisco da Silva Juruena, Walter Carlos Eustáquio Becker e Walter José Diehl, dentre tantos outros que integraram o corpo docente fundador. Esses nomes da história do Direito gaúcho marcam suas passagens de forma indelével; são nomes que, por todos os sentidos, receberam sempre o respeito de todo o Rio Grande. No ato da inauguração, o professor Armando Câmara ressaltou que a Faculdade de Direito é uma promissora realidade cultural, uma força atuante, uma força apostólica.

Em 13 de janeiro de 1947, o Conselho Nacional de Educação deu favorável o seu parecer. Então, estava fundada, naquela data, a Faculdade de Direito da PUC.

O Ver. Adeli Sell me honra com seu aparte.

 

O Sr. Adeli Sell: Ver. Dib, de uma Faculdade que começou com o Professor Câmara, que continua com Jarbas Lima e com essa equipe maravilhosa, eu só posso dizer uma coisa, em nome da minha Bancada: Vida longa a esta Faculdade de Direito! E continuem assim. Muito obrigado.

    

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Obrigado, Ver. Adeli Sell.

Ouço o Ver. Márcio Bins Ely, que também é formado na PUC.

 

O Sr. Márcio Bins Ely: Ver. João Dib, quero cumprimentar V. Exª por esta iniciativa. Às autoridades aqui da Mesa, quero dizer que realmente é uma grande alegria estar, hoje, aqui, na condição de Parlamentar, formado por esta Instituição que tão relevantes serviços prestou à comunidade porto-alegrense.

De maneira especial, é uma grande alegria ver a Professora Ana Maria, com a qual tive algumas aulas. Desejo vida longa à Instituição, que possa viver pelo menos 60 ou 180 anos para frente, uma Universidade que forma advogados, que prepara aqueles que vão seguir as carreiras que o Direito proporciona. Cumprimento a Dra. Sulamita, representando a OAB; a Vera, representando a Pró-Reitoria, Diretora; Desembargador Moesch, nosso carinho especial. Cumprimentos, Ver. João Dib, por esta justa homenagem.

Eu ainda participava, no final de maio, daquela Jornada Lia Pires, em que se homenagearam alguns ex-presidentes, e estava lá presente o Dep. Redecker, que foi Presidente do Centro Acadêmico Maurício Cardoso, em 1979, o qual tive a oportunidade de presidir, em 1995, ao lado do Pedro Simon, que foi Presidente em 1953. Fica aqui a nossa lembrança também. Um abraço grande e obrigado. Cumprimentos ao Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sou grato pelo aparte.

Ver. José Ismael Heinen.

 

O Sr. José Ismael Heinen: Agradeço V. Exª, nobre Vereador e o parabenizo por esta homenagem. Quero cumprimentar o ilustre amigo; sou admirador confesso desde as batalhas políticas do nosso Deputado, hoje Diretor da Faculdade de Direito da PUC, Dr. Jarbas Lima. Eu não tive a felicidade de fazer a PUC - sou filho da Universidade Federal do Rio Grande do Sul -, mas sou pai duas vezes da PUC, e uma das minhas filhas cursou Direito na PUC. Então, eu me sinto também integrado a essa Universidade.

Quero, em nome do Democratas, desejar à Pontifícia Universidade Católica sucesso, e que seja um sucesso continuado, pelo bem da ética, da moral e, principalmente, da educação do povo brasileiro.

Parabéns! Longa vida! Obrigado, nobre Vereador.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sou grato pelo aparte, Vereador José Ismael Heinen.

Eu quero dizer que, ao longo desses 60 anos, 12 figuras extraordinárias do Rio Grande dirigiram a Faculdade de Direito da PUC. O primeiro foi o seu fundador, Armando Pereira Correia da Câmara, que foi Senador da República; depois, Armando Dias de Azevedo; o Desembargador Balthazar Gama Barbosa; o Desembargador Paulo Barbosa Lessa; Ernani Coelho; Rubens Sant’Anna, que foi Procurador do Município; Roberto Geraldo Coelho Silva, que foi Secretário do Governo Municipal; Maximiano Carpes dos Santos; Júpiter Torres Fagundes; Carlos Alberto Allgayer; Attila Sá d’Oliveira, que foi Secretário do Município da Educação e da Indústria e Comércio; e hoje, a irretocável figura de homem público, que é o Dr. Jarbas Lima.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço o Ver. João Dib por me conceder aparte.

Eu queria saudar carinhosamente o meu amigo Dr. Jarbas Lima, um dos políticos injustiçados deste País nas urnas. Infelizmente, nas urnas, porque as urnas são muito mentirosas, às vezes, não é, Dr. Jarbas? Sangue bom da política, honestidade; por isso tem mais dificuldade de chegar.

Eu queria saudar ainda o meu querido amigo Desembargador, torcedor do Grêmio, Francisco Moesch, de boas conversas, de bons encontros; a nossa querida Drª Sulamita; a querida Drª Ana Maria Ortiz, enfim, todos vocês que estão aqui presentes.

Falarmos do nosso orgulho pela forma brilhante com que a Justiça do Rio Grande do Sul exporta passa, necessariamente, também, pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do nosso Estado. Quero cumprimentá-los pelo nível, pela profissionalização, pelo trabalho que vocês realizam. Cumprimentando-os pelo sexagésimo aniversário, manifesto o nosso orgulho pela Justiça que vocês fazem. E quero, mais uma vez, de público, agradecer o meu querido Jarbas Lima, meu padrinho - ele sabe de quê. O meu abraço a todos. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: A Verª Maristela Maffei me honra com seu aparte.

 

A Srª Maristela Maffei: Ver. João Antonio Dib, com certeza, unimo-nos nesta homenagem, e tinha que vir exatamente de V. Exª, pela sua forma de ser, pela sua lealdade e pelos seus princípios éticos. Eu costumo dizer, Jarbas, que somos antagônicos, mas, pela envergadura e pela seriedade do Vereador, acabamos nos unindo, além de ele ser um grande amigo. Em nome disso, até por esta homenagem, quero dizer que nos sentimos muito orgulhosos. Também sou filha da PUC, não do curso de Direito, mas, tendo pessoas do nível, da postura e da qualificação dessa Universidade e tendo esse amigo querido, que tem como seu principal ponto de partida a sua postura, a sua lealdade e sinceridade, eu quero dizer que nós, nesta Casa, também nos sentimos homenageados quando podemos, em nome da Bancada do PCdoB, estar irmanados nesta homenagem. Parabéns.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sou grato ao aparte de V. Exª, Verª Maristela Maffei.

A PUC, preocupada com as possibilidades de trazer mais alunos e dar-lhes formação séria, responsável e competente, faz vestibulares duas vezes por ano - no verão e no inverno. Além do curso de Direito, em si, mantém cursos de mestrado, doutorado e especialização nas mais diferentes áreas do Direito.

Eu disse que a PUC era uma das quase duas dezenas de faculdades de Direito do Rio Grande do Sul, mas é uma das melhores, sem dúvida nenhuma, pela preocupação que tem com a formação dos seus alunos. Entre os destaques que podemos citar, eles têm o Serviço de Assistência Jurídica Gratuita - Sajug -, que oferece estágio em prática jurídica aos acadêmicos para acompanhamento de causas nas áreas cível, penal, família, trabalho e previdenciária, sob a orientação de docentes, estando, ao mesmo tempo, voltada à prestação de atividades filantrópicas, por meio do atendimento gratuito à comunidade carente de Porto Alegre. Com mais de 40 anos de funcionamento no Campus Central da PUC, atualmente o Sajug oferece atendimento também no Campus Aproximado da Vila Fátima e, mais recentemente, no Campus Viamão, realizando, assim, um dos mais importantes compromissos das universidades como entidade de ensino a serviço da comunidade. Dessa maneira, o aluno sai da PUC com orientação para advogar no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre. Por sua vez, o posto do Juizado Civil, instalado em 1995, como resultado de convênio entre a PUC e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, possibilita aos alunos acompanharem o funcionamento dessa repartição, dando oportunidade a que atuem como estagiários em seus serviços administrativos.

A Faculdade oferece ainda aos seus alunos a possibilidade de integralizar parte do estágio obrigatório curricular junto a órgãos conveniados como o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, a Defensoria Pública da União, a Procuradoria Regional da Fazenda Nacional da 4ª Região e a Procuradoria da Fazenda Nacional; e vem, continuamente, reformulando a sua área de prática jurídica, não só através de uma nova disposição de disciplinas e de créditos, mas oferecendo novas instalações. Isso nos mostra que há uma preocupação com que o aluno saia realmente em condições de advogar e realmente em condições de honrar a escola que ele cursou ao longo de cinco anos.

Eu gostaria de dizer alguns nomes, selecionados aqui, que saíram da nossa querida Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, além do nosso Desembargador Francisco Moesch; são eles: Antonio Carlos de Avelar Bastos; Antonio Paulo Cachapuz de Medeiros; Archimedes Antônio da Silva Almeida, foi da 1ª turma, e eu o conheci bastante; Christian Frau Obrador Chaves; Cláudio Lamachia, nosso Presidente da OAB, hoje representado pela Drª Sulamita; Domiciano José da Cunha; Donato João Sehnem; Ibsen Pinheiro, duas vezes Vereador desta Casa, Deputado Federal, já foi Presidente da Câmara Federal; José Fogaça, o nosso querido Prefeito desta Cidade, foi Senador; José Luis Silveira da Costa; José Nery da Silveira, aluno laureado da PUC e um nome extraordinário em todo o Brasil, foi Ministro do Supremo Tribunal Federal; José Otavio Germano, hoje Deputado Federal, mas já foi Deputado Estadual, presidiu a Assembléia; José Paulo Bisol, Desembargador, foi Secretário de Estado; José Pinheiro Machado, Luiz Alberto Correa de Borba; Mathias Nagelstein, foi Chefe da Procuradoria do Município, Procurador-Geral; e agora a Mercedes Maria de Moraes Rodrigues, minha conterrânea, é Procuradora-Geral do Município. Esses nomes, por certo, e outros mais enriquecem a história da Pontifícia Universidade Católica.

Cabe dizer-lhe, em nome da minha Bancada e em nome da Casa, nobre Diretor Jarbas Lima, que nós temos certeza de que a sua presença dará continuidade ao trabalho de outros onze Diretores que o antecederam, fazendo com que a PUC continue sendo referência nos seus cursos de Direito, além de outros cursos que tem, mas, especialmente, a essa plêiade de jovens que estudam, e que estudam no ano em que a Faculdade de Direito comemora 60 anos.

Nós desejamos não só longa vida, porque é certo, terá pelos seus méritos, mas que continue com o mesmo entusiasmo, com a mesma intensidade na procura de melhor formação, a cada ano que passa, para aqueles alunos que cursam a Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. A todos, saúde e PAZ! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Exmo Presidente, Ver. João Carlos Nedel; caro amigo político, jurista, que orgulha o nosso Rio Grande do Sul, grande tribuno, Professor Jarbas Lima, além de tudo colorado de quatro costado; representante da Presidência do Tribunal, meu amigo, Desembargador Francisco José Moesch; Pró-Reitor de Extensão da Pontifícia, Dr. João Dornelles Júnior, neste ato, representando o Magnífico Reitor; a Srª Vice-Diretora do Curso de Direito, Dra. Ana Maria Ortiz; Srª Secretária-Geral da nossa sempre presente, nas boas lutas, Ordem do Advogados do Rio Grande do Sul, Sulamita Santos Cabral; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, muito especialmente o nosso prezado amigo, ex-Prefeito, proponente desta homenagem, Ver. João Antonio Dib; o Ver. Haroldo de Souza já falou pela nossa Bancada, mas fiz questão de pedir o tempo do meu colega Ver. Bernardino Vendruscolo para poder me somar a esta justíssima homenagem, porque, meu caro Professor Jarbas, eu acho que este é o momento de uma reflexão. Eu acho que, dos cursos jurídicos do Brasil, que vêm de longe, a PUC, nos seus 60 anos, é uma das maiores faculdades do Brasil, a maior Faculdade do Sul do País, na área do Direito, já tendo, não sei se 17, 18 ou 20 mil formandos ao longo desses anos. Eu acho que todos nós temos responsabilidade de uma reflexão coletiva dessa enxurrada de cursos de Direito que vem surgindo no País, minha Secretária Sulamita. Eu fui Conselheiro da OAB, fui parceiro enorme para fazer com que o querido irmão do nosso Diretor, o Nereu, fosse Presidente da Ordem; fui, depois, logo em seguida, Conselheiro. E lá estive em uma trincheira, diuturnamente, para combater aquilo que eu acho que é um desserviço ao País.

E hoje, eu quero dizer aos meus colegas Vereadores, 70% dos que prestam a prova na Ordem rodam. É bem verdade, eu tenho aqui que destacar que os alunos que rodam, na sua grande maioria, não são da PUC, que talvez lá passem 70%, 75%, 65%, mas eu quero dizer que, no cômputo geral, Ver. Bins, 70% roda. Eu não posso abrir uma Faculdade de Direito como se fosse mais fácil do que abrir uma microempresa. Isso está errado, isso está absolutamente errado, Ver. Dib! Nós estamos precisando, no País, hoje, de enormes quadros técnicos para poder suprir várias lacunas de mãos-de-obra especializadas. E o Brasil envereda em uma enxurrada de cursos superiores, de onde o sujeito sai e, muitas vezes, vai “matar cachorro a grito”.

Mas venho a esta tribuna para reconhecer que, se todas as faculdades tivessem a preocupação profissional e de qualificação - não apenas matricular -, com certeza, o Brasil não estaria nesse estágio, porque a PUC não pensa assim, a PUC não age assim. Eu sou da Unisinos, reconheço também na Unisinos uma boa Faculdade, mas reconheço na PUC uma extraordinária Faculdade.

Agora, acho que o Ministério da Educação, às vezes, recebe, Dra. Sulamita, pareceres contrários da OAB, porque a OAB se manifesta nessa matéria e não segue essa orientação, e eu acho que isso é um mal neste País, porque isso traduz, na prática, o que a gente vê aí no dia-a-dia, e quem paga esse preço, acima de tudo, é o cidadão. Acho que, ao longo do tempo, nós tivemos, Desembargador Moesch, alguns avanços. Eu acho que os Juizados Especiais foram uma grande conquista, mas os Juizados Especiais não podem se transformar, também, no “SUS” da Justiça, e esta é uma questão que tem que ter um equilíbrio, porque eu não posso ter duas Justiças desequilibradas; mas que é um avanço, é um avanço. E vejam o que a PUC tem lá, desde 1995 - disse muito bem o Ver. Dib... Porque, quando presidi o Centro Acadêmico Visconde de São Leopoldo, em 1984, 1985, na Unisinos, lutamos, Dr. Jarbas, ferrenhamente, para ter, dentro da Unisinos, um cartório para que o cidadão, para que o aluno saísse de lá com a mínima noção do que é uma Petição Inicial, do que é uma contestação, de como é que você vai instrumentalizar um processo, no dia-a-dia, no Fórum. E nós sabemos que, muitas vezes, o que acontece é que o cidadão até pode fazer o estágio bem feito; outros fazem o estágio não tão bem feito, mas, quando vão para o dia-a-dia da advocacia, nós sabemos como é que é: é um recomeçar.

Então, eu acho que é um exemplo o que nos traz essa Faculdade, nos seus 60 anos, como disse muito bem o Dib, mas eu poderia agregar aqui que o meu Líder político, Pedro Simon, é de lá, presidiu o Centro Acadêmico; e, tristemente, está na memória de todos nós essa perda enorme que o Brasil teve, de tantos passageiros da TAM, e, se não me engano, Júlio Redecker também foi da Faculdade de Direito, presidiu o Centro Acadêmico Maurício Cardoso. Se eu olhar os Promotores espalhados por esse Rio Grande afora, e fora do Rio Grande do Sul, operadores do Direito, nós vamos ver uma extensão enorme de centenas de pessoas, de operadores do Direito que saíram da PUC. Se eu olhar para a Magistratura, não é diferente. E eu digo além do Rio Grande, porque muitos saem daqui para prestarem concurso fora do Estado do Rio Grande do Sul; mas, se eu olhar para a carreira dos Procuradores, também não é diferente; também não é diferente!

Então, eu fiz absoluta questão de vir a esta tribuna para me somar, em nome do Haroldo, que já havia falado, do Ver. Bernardino, do Ver. Raul, e dizer que a nossa Bancada se soma integralmente e, com certeza, os 35 demais Vereadores, a esta justíssima homenagem a tantas contribuições, e eu poderia sair da área do Direito - e não vejo aqui o Ver. Adeli, neste momento, mas ele é um dos que trata desse tema - para ver a contribuição excepcional, extraordinária, na área tecnológica, da nossa Faculdade.

E eu acho que os Governos, lamentavelmente, sejam eles dos níveis estaduais, municipais e até Federal, utilizam muito pouco a Faculdade. A Faculdade deve ter uma integração extraordinária com a vida do cidadão e com o Poder Público, porque dali podem surgir extraordinárias transformações na sociedade. Muito que os Governos não podem fazer a Faculdade pode, e a Faculdade pode, inclusive, devolver muito daquilo que a sociedade apostou nela.

Digo mais: sempre tenho dito e repetido que, para mim, quem se forma numa universidade pública deveria ter um tempo de carência dedicado à devolução daquilo que a sociedade apostou nele, porque eu acho que é justo que alguém que se torna médico, que se torna advogado, dentro de uma faculdade pública, no mínimo teria de devolver uma parcela do seu tempo para aquela sociedade que mais investiu.

Então, por isso, meu caro Professor Jarbas, quero aqui dizer que milito na política desde 1978, conheci o senhor já como Parlamentar, e acho que a nossa Assembléia teve grandes ícones; a Assembléia é muito rica ao longo da sua história.

Sempre digo, várias vezes disse e repito: o senhor é uma daquelas figuras com quem a gente pode não concordar em muitas coisas, mas tem de respeitar, porque o senhor sempre fez política com ideologia, com proposta e com causas coletivas. Então, se é verdade que a política perdeu um grande tribuno, um homem que sempre trabalhou pelas causas coletivas do Rio Grande do Sul, é verdade; mas também é verdade que se perdeu um grande tribuno e um grande Deputado, e a Faculdade da PUC ganhou um grande e extraordinário professor que, com certeza, se dedicar 70%, na PUC, do que fez na política, com certeza a PUC está de parabéns.

Portanto, nós queremos aqui deixar o nosso abraço muito grandioso ao senhor; por extensão, a todos, aos professores, às professoras, aos mestrados, enfim, a todos aqueles que compõem essa grande Faculdade, e, evidentemente, que a nossa Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul dê tantas contribuições ao Brasil, ao Rio Grande e à nossa Porto Alegre, porque é onde ela está fincada, aqui, na nossa Cidade.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu amigo Sebastião Melo, muito embora eu não seja formando lá da Pontifícia Universidade Católica no Direito, me formei lá em Comunicações, há muitos anos, mas também sou advogado, formado em uma outra Faculdade, mas sei do valor, da qualidade que tem a Pontifícia Universidade Católica e do respeito que as pessoas têm por todos aqueles que se formam lá. Então, quero cumprimentar, primeiro o Ver. João Dib, Vossa Excelência e esta Casa por prestarem esta homenagem tão significativa aos 60 anos do Curso de Direito da PUC. Obrigado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Ver. Braz.

Encerrando, Sr. Presidente, com toda a certeza, esta Universidade, que tanto tem contribuído nesses 60 anos, tem desafios enormes pela frente, e, sob a batuta, sob o comando do Professor Jarbas, no Curso de Direito, com certeza, avançará muito mais. Parabéns e um grande abraço! Saúde.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. Sebastião Melo.

O Sr. Jarbas Lima, Diretor da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - que falará da tribuna, porque estamos com saudades de ouvi-lo -, está com a palavra.

 

O SR. JARBAS LIMA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. João Dib, meu amigo particular; Srs. Líderes de todas as Bancadas; funcionários desta Casa, representantes da nossa imprensa; senhoras e senhores; o primeiro agradecimento que me sinto no dever de fazer é a esta Casa, mas por outra razão, e não pelo Requerimento do Ver. João Dib, é que ele acaba de me conceder uma oportunidade que eu não tive durante toda a minha vida, que é de ter falado durante uma Sessão desta Casa, aqui da sua tribuna. Já conheci o gosto e o prazer de falar na Assembléia Legislativa do nosso Estado, onde permaneci por 20 anos. Também já experimentei a tribuna da Câmara dos Deputados, e iniciei tudo isso como Vereador em Vacaria há muito tempo. Mas aqui eu não havia estado ainda. Estive nesta Casa, participando deste ambiente, mas falar desta tribuna é a primeira vez. Isso, para mim, é um prêmio, dá para se considerar como encerramento da minha atividade política falando daqui para a população da Capital do meu Estado, centro nervoso do Rio Grande, Rio Grande político; é aqui que as coisas se decidem.

Esta Casa, pelo trabalho que realiza, sendo responsável pelo local, do domicílio e da residência de todas essas cabeças que têm a responsabilidade de comandar este extraordinário Estado, que é o Rio Grande do Sul, tem todas as razões para se sentir orgulhosa do que faz, e aqueles que a visitam têm, como eu, razões sobradas para sentir muito prazer e muita honra de estar aqui. Então, eu quero ser grato ao Ver. João Dib por me permitir isso.

Em segundo lugar, o assunto principal - e até quem deveria estar falando aqui é o Dr. João Dornelles, que é o nosso Pró-Reitor de Extensão, mas que me concedeu, de forma muito carinhosa, a oportunidade de dizer alguma coisa em termos de agradecimento. A rigor, não se teria nada mais acrescentar do que aquilo que foi dito pelo orador, que foi muito cuidadoso no buscar, na história de 60 anos, aquelas coisas mais importantes que precisam ser ditas. O propósito dessas reuniões é que se diga alguma coisa do que aconteceu. O sentido das homenagens não é para dizer aquele tradicional parabéns no dia do aniversário: mais um ano! Não é, é uma espécie de oportunidade de prestação de contas. Se a nossa Cidade é isso que eu acabo de dizer, e tenho certeza de que é, se o nosso Estado é o mais politizado da Federação Brasileira, e tenho certeza de que sim, não é possível que alguém ocupe, numa instituição de nível superior, por 60 anos, a confiança e a credibilidade de seus concidadãos e não tenha o que contar.

O que faz a História - sabem todos os senhores e as senhoras - não são fatos que compõem uma ata, um relatório, uma cronologia; o que faz a História é o homem, e o que faz a História do homem são as suas idéias, e este é um laboratório de idéias. Podemos não concordar, podemos apreciar mais umas que outras, mas temos que reconhecer que aqui é que se tem que ter o desassombro e a coragem de, em público, diante dos problemas mais graves, oferecermos alternativas. Aqui se discute, aqui se debate, aqui se tem a oportunidade de melhorar a vida de uma população inteira, como da Capital de um Estado como o nosso, e nós também devemos ter razões para justificar essa manifestação expressa nos depoimentos individuais de cada um dos que se ocuparam no microfone de falar sobre a PUC, de dizer de que forma ela alcançou as suas próprias vidas, as vidas de seus filhos, a sua própria vida profissional. E não há nada que possa nos deixar mais agradecidos do que o reconhecimento de que o que nós fizemos nesses 60 anos é importante. Eu peguei uma parte só.

Vereador João Dib, talvez se pudesse, para efeito de contextualizar essas coisas que são referidas, lembrar de um pequeno e importantíssimo detalhe: é que a nossa Faculdade de Direito foi criada em 13 de janeiro de 1947. Importante, nós tínhamos duas faculdades, que eram faculdades oficiais, e queríamos criar uma faculdade que fosse uma faculdade com características de ser católica e marista. Não é condição, para se freqüentar lá, que se reconheça isso, mas tem-se que saber que lá se tem uma orientação católica e marista. Mas em que momento ela foi criada e por que razões superiores ela foi criada? Seria mais uma Faculdade de Direito. Se nós retrocedermos no tempo, nós vamos ter que nos dar conta, e talvez nisso resida a coragem e o heroísmo da proposta que vicejou, de que nós, naquele momento, até se usássemos as expressões dos que narraram aquele momento, nos fizessem compreender melhor. Estávamos recentemente nos acostumando com a idéia da ausência do barulho dos canhões e das armas com capacidades terríveis, que chegaram a produzir a maior hecatombe que a História conheceu um ano antes. Estávamos encerrando um período que enlutou todas as famílias, todos os Estados, todas as instituições. Estávamos querendo sair de um episódio que jamais poderia se repetir, e nem tampouco poderia ser proporcionada oportunidade para isso.

Então saíamos da 2ª Guerra Mundial, em que a Europa estava arrasada, havia queimas de bibliotecas, e nem preciso acrescentar mais. Mas havia, naquele instante, Ver. João Antonio Dib, uma ânsia de que se pudesse, pela primeira vez, naquele passo da História, inspirar, retirando a razão desses fatos, um documento que pudesse representar uma nova ordem social, um novo momento da civilização. E, se nós quisermos, lembramos que foi no ano de 1948, um ano depois da criação da Faculdade, que tivemos, pela primeira vez, com a consciência necessária do fato, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Pois o Curso que nós estávamos criando, naquele momento, era o curso que daria guarida e faria a pregação, para que isso não fosse mais uma declaração ou mais uma manifestação de boas intenções. De lá para cá, estivemos sob a orientação dessas figuras extraordinárias como Armando Câmara, Adroaldo Mesquita da Costa, Ruy Cirne Lima, Darcy Azambuja, Mendes Sá, Galeno Vellinho de Lacerda, que foram professores e, depois, tiveram filhos alunos da nossa Faculdade. E esses são os 60 anos.

Por isso, agora nós estamos querendo deixar as marcas de um novo momento, principalmente no campo do Direito, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o Direito, que tem a Lei como fonte primária da sua importância, pois não há direito sem Lei, e a Lei se faz nesta Casa, se faz lá no Legislativo Estadual e lá no Congresso Nacional. E nós, profissionais do Direito, temos a obrigação de interpretá-la e fazê-la de tal forma, que ela não envelheça pelo decurso do prazo e pela mudança das realidades.

Por tudo isso, Ver. João Dib, eu sou sumamente agradecido pela oportunidade que V. Exª deu à PUC. Somos mais de 17 mil egressos da PUC. As figuras que foram referidas aqui são figuras que realmente orgulham qualquer instituição, qualquer universidade; homens íntegros, porque uma universidade, nos seus cursos superiores, não forma profissionais apenas. Será que não forma, prioritariamente, cidadãos, e não profissionais?!

Para que nós não nos esqueçamos nunca disso, Ver. João Dib, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras que fizeram as suas manifestações, queremos apenas dizer, no encaminhamento desta minha pequena mensagem, em nome da Pontifícia Universidade Católica, da Faculdade de Direito e dos meus colegas de Administração e, mais ainda, dos seis mil alunos que temos lá entre graduação e pós-graduação, dos 209 professores que são professores juízes, professores desembargadores, professores procuradores, professores promotores, professores advogados - essa é a formação do nosso corpo docente - que temos marcas gravadas de forma indelével para quem entra no ambiente da nossa Universidade; o primeiro monumento que encontramos é o brasão da própria PUC, e lá está gravado: “Ad verum ducit”. Essa é a primeira impressão que eu cito, que significa, como sabem todos, “caminho da verdade”. Quem entra ali tem que saber que, para qualquer lado que se dirija, terá sempre a necessidade de reflexionar sobre isto: o caminho da verdade. Se for mais adiante, em direção ao Prédio 11, exatamente o Prédio 11, que remonta à data dos cursos jurídicos no Brasil, vai encontrar lá, na moldura do primeiro quadro de formatura, uma outra expressão latina, que diz: “Pro juri quam vis contra legem”, ou seja,Pela justiça, mesmo que contra a lei”. Repito: pela justiça, mesmo que contra a lei. Infelizmente, as leis se desencaminham e, perdendo o seu conteúdo ético, se transformam, às vezes, em verdadeiras armas, usadas contra aqueles a quem deveriam beneficiar. Então, está lá a advertência, a interpretação que se busca dar a esse Direito que tem na lei o seu fundamento primário precisa cuidar disso. E, por último, e agora uma ação da nova administração, neste novo momento, quisemos cunhar um lema que pudesse identificar a Faculdade de Direito 2007, 2010, 2050, até quando seja possível influir no destino desta Pátria e deste Estado. E cunhamos esta expressão, pedimos ao Prof.º Bruno, que conhece muito bem latim e, então, fizemos a frase em português e pedimos que ele a traduzisse, porque, sendo em latim, dá um ar, assim, mais solene, parece uma coisa mais importante, mas é um latim 2007. E aí cunhamos esta frase, Ver. João Antonio Dib, para que os senhores e as senhoras que deram o seu testemunho público não tenham nenhuma dúvida de que não fizeram uma aposta aventureira em reconhecendo, na PUC, os seus méritos, os seus préstimos. Esta é a nossa frase, este é o lema do Direito da PUC, hoje: “Ius: scientia justiciae”. Esta é a tradução do Prof.º Bruno, e essa frase significa apenas isto: “Direito é a Ciência da Justiça”.

Não há Direito que não tenha, por desiderato, a justiça. Não há lei que se preste, porque a lei injusta é uma lei inconstitucional. Tudo o que se faça no campo do Direito tem de ter presente isso. E é por todas essas razões, repito, sem correr o risco de, de repente, ser apanhado e traído por um sentimento de maior vinculação pessoal com aqueles que se manifestaram, prefiro agradecer a todos todas as manifestações, e a V. Exª, Ver. João Antonio Dib, a esta Casa, que visito, com muito respeito, nesta hora, eu quero dizer que V. Exª prestou um excelente serviço, porque a sua manifestação nos colocou em público perante a argúcia destes Vereadores todos, que puderam examinar a nossa história, mas, mais do que isso, nos dar a certeza de que aquela jovem que está sentada lá, que representa a Ordem dos Advogados, vai poder dizer ao Dr. Lamachia - nosso ex-aluno, também, lá da PUC - que aqui se fez uma reflexão em cima da necessidade, Srs. Vereadores, e não nos passou despercebido o que foi dito aqui, necessidade de uma reflexão, para que se olhe para os advogados que estão presentes aqui e em qualquer Parlamento! Quando criaram a nossa carreira jurídica, lá nos idos de 1927, criaram-na pela preocupação de podermos ter gerações preparadas de homens públicos conhecedores do Direito, conhecedores do processo legislativo, garantindo-nos a certeza de que nós, advogados - advogados advogados; advogados Promotores; advogados Juízes; advogados Desembargadores -, nunca nos esqueçamos de que a nossa função social é muito maior e mais importante do que o sucesso na nossa vida profissional. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Esta Casa ratifica os cumprimentos pelos 60 anos da Faculdade de Direito da PUC, já transmitidos por vários Vereadores desta Casa, especialmente pelo proponente da homenagem, Ver. João Antonio Dib.

Devo dizer, Prof. Jarbas Lima, que eu tenho certeza de que a minha neta Natália, que está no 2º Semestre do Direito da PUC, se orgulha desse Curso e dessa Faculdade. Meus parabéns; muito obrigado.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h30min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti - às 15h36min): Está reaberta a presente Sessão.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje o período de Comunicações será destinado a homenagear o Dia do Corretor de Imóveis, uma proposta do Ver. Bernardino Vendruscolo.

Convidamos a compor a Mesa o Sr. Ederon Amaro Soares da Silva, representante do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio Grande do Sul - CRECI; a Srª Deise Elisabete Ambrosi, Superintendente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio Grande do Sul. Prestigiam também esta homenagem o Sr. Darwin Maciel, Presidente da Rede Gaúcha de Imóveis, e o Dr. Manoel Gervásio Teixeira, ex-Presidente do CRECI e do Sindicato dos Corretores de Imóveis.

O Ver. Bernardino Vendruscolo, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações. Ele também falará por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Exma Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sr. Ederon Amaro Soares da Silva, representante do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio Grande do Sul - Creci; Srª Deise Elisabeth Ambrosi, Superintendente do Creci/RS; permitam-me citar, também, os profissionais aqui presentes, iniciando pelo meu colega Vereador e Corretor Márcio Bins Ely; Luiz Darwin Maciel, hoje representando a Rede Sul de Corretores de Imóveis, que substituiu a Adevi, filiada à Rede Brasil; Flávio Valente, Mário Daniel Correa Machado, Vitalino Souza da Silva, Eroni Ribeiro Gomes, Mário Wunsch, Paulo Astor Cordeiro, Roberto Magalhães, Gilberto Schmidt, Manoel Gervásio Teixeira, Luiz Adriano dos Santos, que aqui representa o Senac e a Fatec; Sras Corretoras, Srs. Corretores, público que nos assiste, é um privilégio muito grande podermos propor esta homenagem no Dia do Corretor de Imóveis, 27 de agosto.

Esta profissão vem desde 1957, 1962, em 1978, com o melhoramento no reconhecimento, mas, se nós falarmos em melhoramento da qualificação profissional, nós podemos dizer que ela é constante, vem crescendo ano a ano, basta citarmos os cursos técnicos altamente qualificados e os hoje considerados cursos superiores de gestão em direito imobiliário.

Eu, cara Presidenta dos trabalhos, Verª Maristela Meneghetti, e prezado Ederon, nos próximos dias, vou completar 32 anos de profissão - resolvi falar de improviso, teimoso que sou a vida toda; a assessoria me enche de documentos, e eu acabo falando de improviso.Trinta e tantos anos nos dão uma história toda.

Ver. Adeli, Ver. Ismael, sou da época em que, quando alguém queria comprar um imóvel, ele mesmo procurava o imóvel. Hoje, quem quer comprar um imóvel procura o profissional corretor de imóveis. Essa é a diferença. E é por isso que precisamos, cada vez mais, colega Ver. Márcio Bins Ely, batalhar para que a nossa classe se mantenha unida com um único objetivo: defender os nossos profissionais, porque, a cada dia, a cada mês, a cada ano, nós estamos vendo o quanto é importante o corretor de imóveis na intermediação de um negócio, um negócio que, se podemos classificar nos desejos, nos anseios de um cidadão, podemos dizer que ele busca, primeiro, a construção da família, e, depois, a aquisição da casa própria. E o corretor de imóveis é esse garimpador, Ver. Adeli, de um dos maiores sonhos de cada um de nós, que é a casa própria.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Por isso, não apenas presto homenagem ao Dia do Corretor, mas também quero lembrar da importância que terá o Creci para nos ajudar a discutir, planejar e ordenar o novo Plano Diretor da Cidade.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero agradecer a oportunidade e parabenizar o nobre colega por esta justa homenagem. Quero, em nome do Democratas, parabenizar o Corretor no seu dia e lembrar do nosso amigo, que hoje está longe, que regulamentou essa profissão, o nosso Democrata Ministro Arnaldo Prieto.

E quero dizer, nobre colega Ver. Bernardino Vendruscolo, que eu tenho um carinho todo especial com o corretor, porque, quando eu adquiri o apartamento que tenho até hoje, se não fosse esse profissional, o negócio não teria sido realizado, ainda estaria na Justiça. Então, eu lhe devo essa atenção, esse carinho. Com isso, eu quero dizer da necessidade da valorização dessa profissão para nossa sociedade. Parabéns a todos os Corretores do Estado do Rio Grande do Sul.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Bernardino Vendruscolo, o Corretor é uma figura profissional da mais alta relevância na sociedade. Eu tive a oportunidade de construir um edifício e entreguei aos corretores para que o vendessem, e fiquei impressionado com a atitude e com o trabalho deles. Mas fiquei mais impressionado quando eu comprei o apartamento onde resido agora, por intermédio de um corretor. Realmente, é uma figura que não pode ser dispensada quando se quer fazer a transação segura de um imóvel. Cumprimento Vossa Excelência.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado. Nós, corretores... Desculpem, às vezes me confundo, porque, na verdade, a minha profissão é corretor de imóveis, e hoje sou Vereador. Chama-me atenção, caros colegas corretores e meus queridos Vereadores, o fato de que, aqui em Porto Alegre - e precisamos fazer esse registro com muita ênfase -, os nossos imóveis precisam passar por três avaliações. E acompanhem a linha de raciocínio: a do IPTU; a da Fazenda, para pagarmos o ITBI; por último, meus amigos, a verdadeira avaliação, a do negócio realizado. Haverá o dia em que nós, corretores, poderemos informar aos futuros compradores de imóveis o imposto que irão pagar, porque é impossível nós permanecermos com esse comportamento. Haverá o dia em que nós saberemos com antecedência quanto custará a escrituração, o valor pago ao Registro de Imóveis, o valor pago ao Tabelionato e o valor pago à Fazenda Municipal. Hoje, nós não temos condições de saber, a não ser depois de o negócio realizado. É por isso, cara Presidenta, que nós ficamos muito preocupados, porque ainda não progredimos para alcançar uma solução para esse problema, um problema muito chato. É muito ruim para nós, do mercado imobiliário, quando um cliente nos pergunta: “Mas o valor do meu imóvel não é o que está no carnê do IPTU?” Não, senhor. “Mas não é o que nós negociamos?” Não, senhor; é aquele que a Fazenda vai apontar.

Todas as profissões têm importância, sem exceção. Cada um de nós fez aqui, na tribuna, quando da oportunidade que tivemos, as defesas, como foi feito na homenagem anterior, respeitando a importância do advogado. Não menos importante é este profissional chamado corretor de imóveis, que, há alguns anos, como bem disse o Ver. João Antonio Dib, era um simples vendedor. Hoje, não; hoje é um homem qualificado. E é nesse sentido que eu faço um apelo, encerrando o meu discurso, não é fácil construirmos, aqui, leis, não que beneficiem os corretores, mas, sim, a sociedade: uma delas, o parcelamento do ITBI. Não se consegue fazer com que o Executivo possa sequer avisar, sequer colocar uma placa em qualquer lugar informando. É um silêncio! Ajudem-nos a divulgar o parcelamento do ITBI, que vai até 15 de maio. Precisamos romper a barreira criada na avaliação dos imóveis. Precisamos fazer com que a Fazenda Municipal respeite os profissionais do mercado imobiliário. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Bernardino Vendruscolo.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: S. Exª Srª Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Temos aqui Vereadores que são representantes dos corretores de imóveis. É o caso de Bernardino Vendruscolo e do Márcio Bins Ely. O corretor de imóveis mexe com uma das coisas mais sagradas para qualquer pessoa, porque mexe com o lar, com a casa onde a pessoa vai abrigar a sua família, vocês estão fazendo com que um negócio possa ser concretizado, a fim de que alguém possa ser um pouco mais feliz.

Enquanto ouvia o Vendruscolo falando da qualificação dos corretores de imóveis, eu estava pensando o seguinte: o corretor de imóveis é obrigado a saber um pouco de construção, deve saber do valor do mercado e das modificações das diversas regiões da Cidade, porque cada uma das modificações faz acrescer ou diminuir o preço dos imóveis, e o corretor de imóveis está ali para dar a perfeita orientação, para que as pessoas possam fazer o melhor dos negócios, porque, muitas vezes, o dinheiro que vai ser utilizado para a compra de um imóvel é o único que a pessoa conseguiu poupar durante toda a sua vida, e vai empregá-lo num negócio que poderá fazer com que a sua vida seja completamente diferente dali para diante.

Então, realmente, a missão dos corretores de imóveis é uma missão muito importante dentro da nossa sociedade, e ele não pode negligenciar; ele tem que ter muito conhecimento para poder bem informar a sociedade e aquelas pessoas que estão querendo concretizar o negócio da sua vida.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu quero saudá-lo e parabenizá-lo pelo seu pronunciamento, feito com muita inteligência. Também quero saudar e abraçar os nossos queridos Ver. Bernardino Vendruscolo e o Ver. Márcio Bins Ely, em nome dos quais saúdo carinhosamente os componentes da Mesa. O Bernardino, além de ser um grande conhecedor do ramo, corretor de imóveis, é um grande pescador. Um grande abraço, e obrigado pelo aparte, Vereador.

 

O SR. LUIZ BRAZ: (Risos.) Essa segunda parte eu já não sei bem, Ervino, porque, como pescador, ele passa sempre num supermercado, antes, para poder garantir o peixe.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, meus parabéns pelo seu pronunciamento. Quando um corretor de imóveis, Dr. Ederon, passa a ter esse papel, é porque ele se aperfeiçoou profundamente, como V. Exª muito bem acentuara. Porém, há uma outra questão fundamental, que é a melhora não só do corretor, mas da moradia. Isso é uma contribuição preciosa de todos os corretores para a melhora da moradia, e quem dera, um dia, atingíssemos esse nível de melhora da corretagem, quando as pessoas de pouca ou nenhuma chance de compra pudessem ter assistência dos corretores! Com muito tempo, eles teriam acesso e, mais do que o acesso, teriam qualidade de vida. Conforme um caderno inteiro do jornal Zero Hora mostrou para nós, a moradia é uma das coisas mais saudáveis que podem existir para o ser humano quando chega a um processo ótimo, e isso está na relação de contribuições dos nossos corretores. A minha homenagem ao Sr. Ederon, aliás, pela sua magnífica, encantadora obra social; e ao Jacó Silva, um grande amigo e também um extraordinário corretor. Muito obrigado, e peço desculpas por ter-me alongado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Obrigado, Ver. Sebenelo. Ver. Sebenelo, é claro que cada um de nós estaria muito bem representado aqui pelas falas do Márcio Bins Ely e também do Ver. Vendruscolo, porque, afinal de contas, eles são os legítimos representantes dos corretores de imóveis. Mas eu não poderia deixar de vir aqui, Ederon, porque, afinal de contas, na verdade, eu acho que você encarna aquilo que sempre pensamos a respeito do que deve ser um corretor de imóveis, minha querida Neuza Canabarro: o corretor de imóveis como alguém realmente humano, alguém com muito conhecimento, alguém que realmente possa saber sentir o mesmo que sente o outro, alguém que faça com que o outro realmente se realize naquele ato que ele está realizando ou ajudando a realizar. E eu acho que o Ederon, por tudo aquilo que ele faz dentro da sociedade e pelo papel importante que ele tem na presidência da SPAAN, fazendo com que muitas pessoas possam ter lá o seu lar, ele sabe sentir, sabe avaliar esse sentimento.

Ederon, na tua figura, fica muito bem esta homenagem que a Câmara hoje está prestando aos corretores de imóveis, para que, cada vez mais, eles tenham o reconhecimento da nossa sociedade, para que, cada vez mais, eles possam propiciar melhores negócios entre todos aqueles que precisam adquirir os seus imóveis dentro da nossa sociedade.

Parabéns, corretores de imóveis, que vocês continuem assim, nessa trilha, se valorizando e fazendo com que a sociedade possa respeitá-los cada vez mais. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Luiz Braz.

O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Neuza Canabarro.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Primeiramente, eu gostaria de registrar os meus cumprimentos ao Ver. Bernardino por esta iniciativa. Hoje, no Dia do Corretor de Imóveis, eu gostaria de estender um carinhoso abraço a todas as corretoras e a todos os corretores que nos assistem, nesta tarde de hoje, em que o período de Comunicações da nossa Sessão Plenária é destinado a homenagear os corretores de imóveis, essa profissão que tanto nos orgulha.

Quero fazer também um agradecimento todo especial à Verª Neuza Canabarro, que me cedeu o seu tempo, eu, que faço parte da “bancada” dos corretores de imóveis, composta por mim e pelo Ver. Bernardino Vendruscolo, e também da Bancada do PDT, do meu Partido, representado, nesta Casa, pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Ervino Besson, Mario Fraga e este Vereador.

Eu gostaria, inicialmente, Sr. Presidente da SPAAN, nosso querido corretor de imóveis, hoje representando, aqui, o Creci, nosso querido Ederon, de fazer menção a um tema que diz respeito a algumas mudanças do mercado imobiliário, que nós comentávamos até há pouco. Faço parte, em conjunto com o Dr. Ederon e outros rotarianos, do Rotary Porto Alegre Norte, e, às vezes, nós comentamos, durante o almoço, sobre algumas das questões que pontuam o cotidiano das nossas vidas profissionais. E nós avaliávamos que hoje nós presenciamos uma inversão, praticamente em função das facilidades dos empréstimos, do sistema financeiro. As pessoas estão praticamente invertendo o aluguel pela compra, estão optando pela compra, assumindo, às vezes, uma prestação até um pouco mais alta do que o aluguel, mas que, em um determinado momento, irá findar, e elas poderão adquirir a casa própria.

Gostaria de me somar também às intervenções feitas pelos colegas que me antecederam na tribuna, como o Ver. Luiz Braz, que tão bem colocou a importância de um teto, de um bem imóvel para uma família. As colocações do Ver. Bernardino Vendruscolo também são pertinentes, falando a respeito da questão da avaliação dos imóveis, sobre o quanto é importante que nós possamos fazer uma reflexão sobre este assunto.

E eu conversava, ainda no final do mês de julho, com o Prefeito Fogaça, e já tivemos uma rodada com o Diretor do DEMHAB, Nelcir Tessaro, para que nós pudéssemos incluir os corretores de imóveis no quadro funcional dos servidores do Município, para que, através de concurso público, se pudesse dar uma oportunidade para que os corretores de imóveis estivessem presentes, Teixeira, na área de avaliações, fundamentalmente da Secretaria da Fazenda do Município.

Mas também quero dizer que nós temos um grande desafio para este segundo semestre, porque se avizinha a chegada do Plano Diretor, o Projeto de Lei que visa a alterar e a trazer mudanças substanciais ao Plano Diretor de Porto Alegre. Dizer respeito diretamente a nossa profissão de corretor de imóveis, dizer da grande responsabilidade que teremos faz parte, aqui na Casa, por delegação partidária, mas também por opção da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. E nós sabemos como são importantes as questões que envolvem o meio ambiente, mas também teremos que ter um meio-termo em toda essa discussão e em todo esse debate que vai ser gerado em torno das alterações do Plano Diretor, porque nós queremos que Porto Alegre cresça de maneira ordenada, de maneira organizada, de maneira que o trânsito possa fluir, que as pessoas tenham sol, tenham direito a vento, a uma brisa. Mas nós sabemos que teremos uma grande responsabilidade. E, como corretor de imóveis, quero dizer que nós vamos estar empenhados, eu e o Ver. Bernardino Vendruscolo, nesse debate, sempre assessorados pelos nossos sindicatos, pelos nossos conselhos - que estão bem qualificados e têm um corpo técnico que vem nos auxiliando nas mais diversas demandas legislativas, nesta Casa, da nossa Capital.

Quero também dizer que nós percebemos, e a gente percebe quando analisa o cenário mundial, que essa queda nas bolsas também se deu, de maneira global, muito em função do mercado imobiliário. Quando se fala no mercado imobiliário, realmente se fala em coisa séria, e, às vezes, as pessoas não consideram uma sugestão de um corretor de imóveis, não consideram uma avaliação ou um encaminhamento de uma documentação, e acabam, depois, gastando muito mais do que gastariam se contratassem um corretor de imóveis, porque, assim como na Medicina, é mais fácil prevenir, também, no mercado imobiliário, é muito importante que se tenha uma boa orientação, que se tenha uma imobiliária. Aproveito para referir que as imobiliárias têm prestado um grande serviço, porque muitas são as inadimplências; as pessoas, às vezes, têm muitos problemas com a documentação no que diz respeito ao cartório de registro de imóveis, averbação, escritura. Então é cada vez mais importante, e o profissional, o corretor de imóveis tem hoje um significado muito importante nas operações que dizem respeito à compra e venda e também ao aluguel de imóveis. Então o nosso reconhecimento. Eu gostaria, nesta oportunidade, de mencionar um grande corretor que nos representou e que foi o “padrinho” da Lei Colibri de Ouro, o nosso querido e saudoso Edmundo Xavier, ex-Presidente do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis.

Quero fazer aqui uma homenagem a todos os corretores e a todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, têm colaborado para que a nossa profissão seja cada vez mais respeitada, e que sejam profissionais e tenham postura de profissionais que realmente intermedeiem os interesses daqueles que vendem, daqueles que compram, do locador, do locatário, e que possam, com muito bom senso, continuar bem representando e bem desempenhando a função do profissional corretor de imóveis.

Neste 27 de agosto, a nossa homenagem e o nosso carinho muito especial. Muito obrigado a todos e vida longa à nossa profissão!

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª Neuza Canabarro assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Márcio Bins Ely. O Sr. Ederon Amaro Soares da Silva, representante do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio Grande do Sul, está com a palavra.

 

O SR. EDERON AMARO SOARES DA SILVA: Exma Verª Neuza Canabarro, minha particular amiga, hoje presidindo interinamente esta Casa, em nome de V. Exª, eu cumprimento todos os Vereadores; cumprimento também a nossa Superintendente, Deise Elisabete Ambrosio; todos os colegas corretores de imóveis aqui presentes; senhores jornalistas, representantes da imprensa; senhoras e senhores.

Depois das manifestações dos nossos Vereadores, expressando o seu carinho, o seu apreço pela nossa atividade, vou rogar que a minha emoção não me tome conta, razão pela qual trouxe um discurso escrito. (Lê.): “Coelho Neto, em versos lapidares, disse: ‘é doce recordar e, à medida que a gente vai sentindo o escurecer da tarde, mais grato se torna lembrar a manhã longínqua’. E, é com essa doce recordação, lembrando dos nossos líderes do passado, que aqui estamos, com muita honra, atendendo à designação do Presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado do Rio Grande do Sul, colega Flávio Kock - que, em virtude de outros compromissos anteriormente agendados, face às comemorações do Dia do Corretor de Imóveis, está representando a Entidade no Interior do Estado -, vimos representá-lo, neste dia feliz em que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre faz esta homenagem, por proposição do colega corretor de imóveis, Ver. Bernardino Vendruscolo, no transcurso do Dia Nacional dos Corretores de Imóveis, data da promulgação da Lei 4.116, do distante 27 de agosto de 1962 - portanto, exatamente há 45 anos a nossa atividade era regulamentada no País.

E hoje, para nosso gáudio, este Plenário, em Sessão Solene, nos presta esta honrosa homenagem. Agradecemos, sensibilizados, pela justa homenagem aos profissionais que realizam sonhos, os sonhos de nossos semelhantes, o sonho da casa própria. Os profissionais da corretagem não têm hora; as suas horas são determinadas pelos seus clientes, cada cliente é um patrão que determina o dia e a hora em que pretende ser atendido; por isso, os corretores de imóveis estão à disposição de seus clientes 24 horas por dia, incluindo finais de semana e feriados. Corretores concretizam uma necessidade essencial à sobrevivência do ser humano: a moradia. Morar não e um simples desejo, um simples capricho criado pela sociedade de consumo; é uma necessidade vital; todos os seres vivos têm o seu habitat, inclusive os animais e as plantas; isso é bíblico.

O corretor de imóveis desempenha também uma função social, uma vez que os mercados de intermediação imobiliária e da construção civil são responsáveis por 18% do PIB nacional, gerando milhões de empregos, diretos e indiretos, no País. Sabemos que o ramo imobiliário é o termômetro da economia do País. Deveríamos ter cada vez mais corretores capacitados, pois o mundo globalizado em que vivemos já não comporta profissionais sem extraordinária qualificação. Esta homenagem nos incentiva, cada vez mais, a procurarmos, permanentemente, em quaisquer circunstâncias, lutar pelo aperfeiçoamento constante da categoria.”

O horário está nos chamando. Eu quero, Ver. Bernardino Vendruscolo, em seu nome e em nome do colega, Ver. Márcio Bins Ely, homenagear todos os corretores do Rio Grande do Sul e almejar a todos, neste dia e sempre, milhares de felicidades. Muito obrigado a todos.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Agradecemos pela presença dos senhores e damos por encerrada a presente homenagem.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h12min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro – às 16h14min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Sofia Cavedon.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Neuza Canabarro, na presidência dos trabalhos, nossa saudação; colegas Vereadoras e Vereadores; Verª Margarete Moraes; Ver. Carlos Comassetto, da minha Bancada, eu queria aqui trazer um fato lastimável, gravíssimo, que está acontecendo na nossa Cidade. É impressionante quando alguém discursa para os ecologistas, mas, na verdade, trabalha em prol daqueles que destroem a natureza. Pois o atual Secretário do Meio Ambiente de Porto Alegre deveria aprender com a Ministra do Meio Ambiente. Isso é o que a Verª Margarete Moraes acabou de me passar. Ela diz que é um falso dilema o desenvolvimento contra o meio ambiente. É um falso dilema; isso pode ser resolvido com muita sensatez. Mas o que não é sensato é ver, em Porto Alegre, sem apresentar para a Câmara, sem apresentar para a Cidade, como vai ser tratada uma área na Corte Real, espaço esse, sobre o qual a Verª Margarete Moraes, da minha Bancada, já acompanhou reuniões. Isso está acontecendo neste momento. Está lá a Polícia, está lá a Brigada Militar; está lá instaurado um conflito. Pois essa é a SMAM de Porto Alegre. Essa SMAM que, um dia sim, e outro também, arruma um conflito em Porto Alegre. Olha a destruição da natureza! (Mostra fotos.) Eu poderia apresentar tantas e tantas outras fotos. Pena que elas foram feitas, agora, rapidamente, e elas não são coloridas, porque nós estaríamos vendo, aqui, o verde das árvores no chão. Eu tenho uma vasta documentação, mas que não passarei a tarde inteira, aqui, a mostrar. Eu tenho, aqui, um laudo, laudo de vistoria técnica da Associação que trata da fauna, a Avifauna, setor de Ornitologia; Museu de Ciências Naturais; Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Se alguém tem dúvida, procure a Fundação de Zoobotânica, que eu tenho o laudo aqui. Sobre as árvores também tenho o laudo da Fundação Zoobotânica. O Ver. Beto Moesch, o homem que se acha descobridor da ecologia e do meio ambiente, colocou por terra 59 espécies de plantas vasculares; dessas, 59 são angiospermae. Vejam a fauna que tem lá: saracura-do-brejo, anu-branco, pombo doméstico, pariri, pomba-de-bando, beija-flor-dourado, beija-flor-preto-de-rabo-branco, pica-pau-verde-barrado, joão-de-barro, bem-te-vi, risadinha, sabiapoca, sabiá-laranjeira, sabiá-barranco, corruíra, cambacica, fim-fim, gaturamo-rei, sanhaço-cinzento e pardal. Veja o que faz o Secretário.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não temos dúvida de que é um crime de marca maior, um crime ambiental praticado ou deixado ser praticado pela Secretaria do Meio Ambiente. Toda a fauna é associada à flora, e, nesse momento, todos esses animais que o senhor citou estão iniciando os seus ninhos; portanto, uma destruição das gerações futuras.

 

O SR. ADELI SELL: O Secretário que vinha aqui, quando nós éramos Governo, com um pedaço de árvore, fazendo uma grande alaúza - profunda demagogia. Esse é o Secretário que diz, que discursa para os ecologistas, que faz fanfarra quando encontra os defensores do verde, mas é aquele que, de fato, é um dos grandes destruidores do meio ambiente hoje na Cidade. Não adianta, Ver. João Dib - ele é do seu Partido, e eu lhe respeito -, o senhor é um homem que fala, diz e faz, mas, sobre esse Secretário, eu não posso me calar, porque é um Secretário que, sistematicamente, diz uma coisa e faz outra. Eu quero explicações, exijo explicações! Aqui está a oposição vigilante! Dizem que esse Secretário deu essa licença; se deu, tem problemas; se tivesse dado, deveria ter apresentado laudos, explicar para a Câmara. Esse processo é longo, e a Verª Margarete já acompanhou em outras reuniões, e eu estou fazendo isso agora. Creio que não falo apenas em meu nome, mas em nome dos Vereadores Carlos Todeschini, Margarete Moraes e Carlos Comassetto, que estão aqui acompanhando atentamente.

Pois aquele que diz que descobriu a ecologia discursa para os ecologistas e destrói Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Adeli Sell.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NILO SANTOS: Exma Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Ver. Alceu Brasinha; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; público que nos assiste, neste período de Comunicações, eu trago a esta tribuna uma informação que acredito ser muito importante, porque, quinta-feira, quando esteve aqui a Presidenta do Simpa, foi citado um problema na FASC. Foi falado sobre assédio moral e também sobre um monitor que apanhou lá dentro do Amib - Abrigo Ingá Brita. Eu trouxe a informação de que esse servidor foi chamado à sala da presidência para assinar um Termo de Acordo, sendo que ele passaria a prestar serviços, a partir daquele dia, no Abrigo Ingá Brita - Amib. E, quando eu citei isso, fui, inclusive, vaiado, e algumas pessoas disseram que não era verdade.

Hoje eu trago a esta tribuna o Termo de Acordo que o próprio funcionário assinou, aceitando ir trabalhar no Abrigo Ingá Brita. (Mostra o documento.) Um Termo de Acordo, porque é assim que a presidência da FASC trabalha. Conversa com o servidor; não há assédio moral; há, sim, muito entendimento, tanto que a Associação de Funcionários da FASC - AFASC - tem essa nova presidência como uma presidência que conversa, que dialoga, e isso é muito importante. É importante também esclarecer, porque, daqui a pouco, vamos achar que todas as informações trazidas a esta Casa são verdadeiras, e, infelizmente, nem todas são. Então, fica o registro: esse servidor da FASC acordou com a presidência em ir trabalhar lá no Amib. O fato de ele ter apanhado de um interno, dentro do abrigo, isso eu confesso... Os senhores que estão aqui devem desconhecer como funcionam os nossos abrigos em Porto Alegre. Eu gostaria de dizer aos senhores que, na realidade, quando o Prefeito Fogaça recebeu os abrigos de Porto Alegre, eles nada mais eram do que pequenos depósitos de gente, onde o que menos importava é se as pessoas que ali estavam seriam devolvidas à sociedade em condições de serem bons cidadãos ou não. Isso é o que menos importava! Eu já comentei que, há 18, 19 anos, em Porto Alegre, havia em torno de 20 meninos e meninas morando nas ruas da Cidade. Quando o Prefeito José Fogaça assumiu este Governo, eram 637 crianças e adolescentes.

Eu quero aproveitar também este momento para fazer um registro: quando eu exerci a presidência da FASC, eu fiz uma parceria com a Brigada Militar, para que esses pedintes de sinaleiras fossem tratados como caso de polícia, e não apenas como um problema social. Eu recebi cartas, e algumas foram encaminhadas ao Prefeito, dizendo que o novo Presidente da FASC não sabia trabalhar com Assistência Social, e que problemas sociais estavam se transformando em caso de polícia. Agora estamos vendo o que está acontecendo na cidade de Uberlândia. Hoje mesmo, foi-nos mostrado, no jornal Hoje, um rapaz que mobiliou toda sua casa pedindo esmolas nas sinaleiras. Há diferença, sim, entre o problema social e o caso de polícia. Talvez muitos dos senhores e das senhoras venham se sentindo violentados no momento em que param seus carros nas sinaleiras, e aqueles rapazes vêm até ali e pedem dinheirinho; se é uma senhora, se é uma mulher que está ao volante, eles insistem, insistem, insistem e ameaçam, inclusive. Tivemos casos de servidores da FASC que foram ameaçados de estupro embaixo de viadutos e também à beira do Guaíba. Senhoras e senhores, não é fazendo falsas denúncias, tentando derrubar presidente da FASC atrás de presidente que vamos resolver o problema da Assistência Social em Porto Alegre. Ou trabalham sério e atendem sério esses moradores de rua, ou, daqui a cinco anos, senhoras e senhores, nós não teremos mais apenas dois mil moradores de rua como temos nesta Capital; nós teremos quatro mil, cinco mil moradores de rua! Porque, em 18 anos, de 20 crianças que moravam nas ruas de Porto Alegre, se transformaram em 637 crianças e adolescentes, achando que a rua é um espaço lúdico, é um espaço bom para criar as crianças. Lugar de criança é na sua comunidade, é na sua escola, é na sua família! Enquanto a Assistência Social for tratada, senhoras e senhores, como uma ferramenta para fragilizar governo que assume, nós não vamos conseguir enfrentar este problema! Essas crianças precisam ser retiradas da rua! E, no momento em que forem retiradas da rua, precisa ser retirada a droga da vida dessas crianças! Os nossos abrigos não têm um atendimento psiquiátrico, Ver. João Antonio Dib! Não têm atendimento psiquiátrico! A criança entra “drogadita”, ela se droga o dia todo! Muitos cometem atos ilícitos o dia todo! E, à noite, vão lá para o abrigo da Prefeitura, que acolhe essas crianças, onde tem cama quente, tem comida quentinha, tem banho, onde tem tudo do bom e do melhor! Por que voltar para a comunidade? A porta do abrigo tem de estar aberta, a porta da casa de recolhimento tem de estar aberta, mas precisa, também, exigir uma contrapartida desses meninos! Precisa, sim, haver um atendimento psiquiátrico para tirá-los da drogadição; senão, eles não vão voltar para a casa, senhoras e senhores! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Nilo Santos.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra, em Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Valdir Caetano.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero divulgar, fazer um convite às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores para um importante evento que nós estaremos organizando, amanhã, nesta Casa.

Mas, antes, eu queria responder rapidamente a esta intervenção do Ver. Adeli Sell dizendo apenas que é difícil a pessoa achar que vai construir uma crítica em relação ao nosso Governo, na área ambiental, quando nós temos um Secretário do Meio Ambiente que ocupa efetivamente essa Secretaria por uma demanda, por uma reivindicação, por uma pressão e por uma resistência dos movimentos ambientalistas, o que foi aceito pelo nosso Governo - num momento, ainda, de construção do nosso Governo -, exatamente porque nós sabemos o quanto é fundamental que os Secretários sejam pessoas políticas, mas que tenham sua vida embasada no compromisso com as áreas com as quais essas pessoas vão trabalhar. E eu acho que o Secretário Beto Moesch tem exatamente este perfil: é um ambientalista, um advogado, um técnico - absolutamente reconhecido pelo Movimento Ambientalista Gaúcho -, e é inegável o seu compromisso em relação a essa questão ambiental, o que, às vezes, até desagrada pessoas que não têm compreensão da importância de um desenvolvimento sustentável no nosso Município. Acusar o Secretário Beto Moesch de cortar uma árvore, ou as árvores, indevidamente, é um absurdo, porque foi exatamente no nosso Governo, num período tão curto, que nós conseguimos fazer o plantio e o replantio de 11.200 mudas de árvores nativas no nosso Município. Essa ação, integrada às demais ações que foram feitas em todas as áreas ambientais, é realmente uma demonstração de que, no Governo, ele segue com o compromisso da sua vida anterior. Nesta Casa, todas as semanas, há um debate sobre a questão ambiental, organizada pela Prefeitura de Porto Alegre, através da Secretaria do Meio Ambiente, no Plenarinho da Câmara, do qual participam dezenas e dezenas de entidades. Ou seja, é uma consulta à sociedade para a construção do futuro Código Ambiental que está sendo estudado pelo Governo, junto com a sociedade civil organizada - e eu queria convidar o Vereador a participar desses debates. Um dos temas importantes desse debate foi exatamente a questão da vegetação, e é uma pena que alguns Vereadores não tenham acompanhado isso, se sentindo, portanto, soltos para fazer uma avaliação completamente diferenciada da atuação que a nossa Prefeitura está tendo na preservação do meio ambiente da nossa Cidade.

A outra questão que eu queria compartilhar com as senhoras e com os senhores Vereadores é que, amanhã à tarde, às 14h30min, a Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude, presidida pela Verª Maristela Maffei, e a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, presidida pelo Dr. Raul, por uma proposição de minha autoria, estão fazendo uma Reunião Conjunta, as duas Comissões, para tratar de uma importante política pública, ainda mais importante por se tratar de políticas públicas para um país com a desigualdade que tem o Brasil. Amanhã estaremos aqui organizando uma Reunião Conjunta das Comissões para tratarmos de um Projeto de Lei que está tramitando nesta Casa, encaminhado pelo nosso Governo, que procura criar um Sistema Municipal de Segurança Alimentar. Nós trabalhamos a questão da Segurança Alimentar com as interfaces que ela possui; o Projeto do Executivo se preocupa, fundamentalmente, com a questão da alimentação, da nutrição e do desenvolvimento sustentável da nossa população.

O nosso Projeto procura, exatamente, sistematizar o conjunto de discussões que têm sido feitas em Porto Alegre e que foram mais bem sistematizadas na Conferência Municipal de Segurança Alimentar, ocorrida ainda esse ano. E nós estaremos, portanto, mais uma vez, abrindo esse debate. Eu sei que o Ver. Adeli Sell inclusive, recentemente, coordenou, aqui na Casa, um importante debate com a presença da FASC, por intermédio do Dr. Carlos; a Comissão de Educação, Cultura e Esportes, com a nossa Verª Maristela, já havia promovido um debate em relação a isso, com a vinda do Dom Mauro Morelli; nós tivemos a oportunidade de a Presidência da Casa fazer uma discussão sobre as políticas de segurança alimentar no nosso Município. Mas estamos ainda mais aprofundando esse debate, porque achamos que as condições estão prontas para nós fazermos a votação desse Projeto. Nós queremos um mecanismo que permita que nenhuma Vereadora, nenhum Vereador deixe de ter todas as chances de se apropriar do conjunto das informações, para que Porto Alegre possa, efetivamente, implantar sua política de segurança alimentar e de cidadania na área da Segurança Alimentar do nosso Município.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL

 

DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(06 oradores/10 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 6192/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/07, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2008 e dá outras providências.

 

PROC. Nº 6195/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/07, que altera a Lei nº 9.814, de 29 de agosto de 2005, alterada pela Lei nº 10.064, de 10 de outubro de 2006, que dispõe sobre o Plano Plurianual 2006-2009 e dá outras providências.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Neste momento, poderemos avaliar, discutir, propor idéias sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2008 e também sobre a alteração do Plano Plurianual 2006/2009.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ADELI SELL: Vereadora Maria Celeste, Verª Neuza Canabarro, colegas Vereadores e Vereadoras, vamos continuar um debate com todas as letras, com todas as vírgulas, com todos os acentos que têm que ser colocados. Eu gostaria de dialogar, com a maior franqueza possível, com a base do Governo, com a Líder Clênia Maranhão. Como a Vereadora disse há pouco, nós estamos discutindo, qualificadamente, Maristela Maffei, a questão da Segurança Alimentar, porque nós queremos o melhor para a Cidade.

Vereadora Margarete, eu sou obrigado a dizer que temos um grave problema aqui na nossa mão, um grave problema: Plano Plurianual! O original tem trezentas e poucas páginas. No ano passado, houve uma modificação, Ver. Ismael, de mais de cem páginas. V. Exª já pegou esse calhamaço aqui de 200 páginas e colocou na mão da sua assessoria, para que ela estude o Plurianual? Plurianual cujos valores sumiram! Isso aqui é um novo Plurianual! O Governo deveria chegar e dizer: “Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos aqui, com a Presidenta da Casa, Verª Maria Celeste, com as Lideranças, e tivemos problemas no Plurianual, vamos pedir a revogação do que as senhoras e os senhores aprovaram e vamos apresentar um novo Plurianual.”

 

(Manifestação fora do microfone do Ver. João Antonio Dib.)

 

O SR. ADELI SELL: Sim, Ver. João Dib, eu sei que V. Exª entende de Orçamento, mas não me venha, Ver. João Dib... Nós nos conhecemos; e eu sei muito bem o que V. Exª pensa, porque V. Exª não é um “chutador”, V. Exª tem uma assessoria, e V. Exª sabe fazer cálculos. V. Exª é engenheiro; portanto, sabe fazer mais, menos, dividir e multiplicar melhor do que este modesto professor de Literatura.

Vereador João Dib, V. Exª há de convir que nós temos um novo Plano Plurianual! Eu nunca vi isso em nenhuma Casa parlamentar! Eu desafio onde isso aconteceu. Não teria nenhum problema de debater com o Governo, se o Governo tivesse vindo aqui e dito: “Nós tivemos problemas no Plurianual; assumimos o Governo. Vocês, do PT, estavam há 16 anos; nós tínhamos falta de elementos”. Não teria nenhum problema se o Governo chamasse as oposições da Casa, as Lideranças do Governo para conversar - porque espero que a base do Governo não seja capacho, não posso imaginar isso, não seja maria-vai-com-as-outras, ou joãozinho-vai-com-os-outros, para ser mais justo!

Ver. Elói Guimarães, de V. Exª, que é Procurador do Município, eu gostaria de saber a posição da Bancada do PTB? O senhor tem experiência de anos e anos de Câmara de Vereadores. Duzentas e poucas páginas, depois de uma revisão, no ano passado, de cem páginas! O que eu posso dizer? É um novo Plano Plurianual! Um novo Plano Plurianual!

Aqui nós temos vários problemas. Vou mostrar. A Receita é Saúde - Ação 668: altera produto, unidade de medida e metas 2007, 2008 e 2009 (antiga Ação 13); Ação 470: altera metas 2008 e 2009; Ação 739: altera metas 2008 e 2009. Gente, como dizia Stanislaw Ponte Preta, grande cronista deste País, isso aqui é um verdadeiro “samba do crioulo doido”!

Vejam mais: pego a área da Saúde, e depois eu venho para o Programa A Receita é Saúde. Li a página nº 2, e agora estou indo para a parte dos Anexos, página nº 5 - A Receita é Saúde. Aí eu vou começar a procurar a Ação 668, que era a Ação 13. Aí eu vou: Programa 100, Ação 585; 454; uma Ação que não tem número; Ação 430; 792; 588; e aí eu tenho que procurar de novo; qual é que eu estou procurando? A Ação 668! Aí, senhoras e senhores, 739, 587, Ação 9. Aí, eu vou; eu ainda não achei aquela ação que está colocada ali. E vou adiante, vou notando e não encontro ainda essa Ação. Aqui eu já estou esquecendo o número, volto de novo e digo: 668. Eu já passei oito páginas e não encontro essa Ação. Chego ao final e não encontrei. Será que eu sou um desleixado? Alguém que não sabe ler? Alguém que não sabe analisar Orçamento? Com onze anos de Câmara, oito de Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, sendo duas vezes seu Presidente, já tendo relatado vários Orçamentos e dado Parecer de Prestação de Contas do Tribunal de Contas, Ver. João Dib - V. Exª convive comigo no mínimo há sete anos nesta Comissão -, eu acho que já mostrei que tiro pelo menos nota acima de cinco. Vereador, eu lhe dou um aparte, porque aqui não vai dar.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, eu não lhe daria nota cinco, eu lhe daria nota 9,5, até porque V. Exª está mostrando na tribuna, agora, que é possível identificar, dentro dos 21 Programas do Orçamento, aquilo que está sendo procurado. Agora não é possível, olhando assim rapidamente, achar. Tem que ir lá no Programa 1, no Programa 5, até o Programa 21, e vai achar todas as coisas. Por isso eu quero cumprimentá-lo: nota 9,5.

 

O SR. ADELI SELL: Mas eu procurei em todas as páginas e não achei! Eu quero dizer que eu vou pesquisar, vou pegar uma lente de aumento, já que meus óculos de “um ponto, alguma coisa” não estão me ajudando a encontrar o que está dito na explicação inicial assinada pelo Prefeito. Alguma coisa de errado existe, não porque eu não tenha encontrado esse item, mas porque é impossível que a gente consiga fazer um trabalho sério de investigação, de fiscalização, tendo uma revisão de 200 páginas do PPA concomitantemente à LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias. A boa norma jurídica me ensina o que, Ver. João Dib? Que eu preciso ter um PPA aprovado, para que eu possa ter uma LDO analisada. Como é que eu posso ter um PPA aprovado e uma LDO analisada concomitantemente? Isso não existe. Nós teríamos que fazer a discussão do PPA, esgotar a discussão do PPA, fazer a reunião na Comissão de Economia, decidir sobre o PPA, e aí decidir a LDO. O senhor imagina como vai ser essa discussão. Eu começo, e, se for votado concomitantemente na CEFOR - porque pode ser votado no mesmo dia -, aí vou aprovar coisas que estão na LDO, que depois terei que vir aqui e dizer que não pode, porque o PPA não aprovou. O Governo está brincando conosco, Ver. João Dib. Nós somos pessoas sérias. Nós estamos sendo pagos pelo povo de Porto Alegre não para passar o tempo inteiro batendo boca sobre uma questão que sei que é árida, que é complexa, mas nós temos massa cinzenta para pensar. Penso que as coisas estão mal, porque eu penso, eu não apenas existo, mas eu sou oposição, porque isso aqui não pode ser feito sem ter uma dura oposição. Afinal de contas, pensar não ofende. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos em fase de discussão da modificação do Plano Plurianual e da LDO - Leis de Diretrizes Orçamentárias -, do Município de Porto Alegre; portanto, uma discussão extremamente relevante para qualquer Parlamento. Mas há algumas premissas que antecedem a essa discussão, no caso de Porto Alegre. Aliás, algumas pessoas esquecem; então vou começar tudo de novo, para os Vereadores que parecem que esqueceram como é que nós estamos formatando, qual é o conceito que rege a formatação do Plano Plurianual, da LDO e do Orçamento na Prefeitura de Porto Alegre, desde que nós assumimos a Prefeitura de Porto Alegre na Gestão do Prefeito José Fogaça.

Nós ouvíamos, nesta Casa, freqüentemente - e era uma tristeza ouvir isso -, que o Plano Plurianual era uma obra de ficção. Por que ele era uma obra de ficção? Porque as pessoas diziam: “Construirei casa, farei isso...” Tudo estava escrito, não tinham metas claras, as casas não eram construídas, nada acontecia. Dentro do nosso conceito de Governo, de democratizar ao máximo a informação - e a transparência da Peça Orçamentária é fundamental para a transparência das políticas públicas dos Governos -, a nossa Gestão fez a opção de seguir a recomendação da ONU e apresentar o Plano Plurianual por meio de projetos, dos 21 projetos que representam a prioridade política do Governo, que incorporou as demandas da nossa comunidade.

Quero também dizer, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, que alguns, mesmo sendo antigos na Casa, não parecem tão experientes no debate do Plano Plurianual. Nós seguimos fielmente as fases do Plano Plurianual: primeiro, com a sua preparação democrática, na consulta direta com a população em suas plenárias do Orçamento Participativo; depois, temos a aprovação do Plano, e depois temos a execução desse Plano. Na execução de um plano, qualquer que seja, quando ele entra em contato com a realidade, se subsidia dessa realidade, da vida, e, se as pessoas que administram a área pública quiserem fielmente dar transparência à aplicação dos planos, elas têm que, tomando como base o contato da execução de um plano com a realidade, refazer o plano, modificar o plano de acordo com a realidade, de acordo com a história, de acordo com aquilo que a sociedade demanda e que a realidade propõe. Esse é o método com que a Prefeitura de Porto Alegre, na nossa Gestão, trabalha quando o assunto é Plano Plurianual, porque esse é o método de transparência e de democracia que defendemos teoricamente e que, na prática, colocamos como prioridade. Talvez as pessoas estranhem por que se propõe uma modificação de um PPA, talvez porque estejam acostumadas com as obras de ficção anteriores e não estejam acostumadas com gestões públicas que, mesmo sabendo que essa modificação submeterá o Poder Público a um debate, preferem fielmente seguir essa metodologia. No caso de Porto Alegre, é muito importante que seja assim, pelas características da nossa Cidade, pela tradição da população porto-alegrense, que sempre acompanha e investe uma parte do seu tempo no acompanhamento da definição das políticas públicas.

Então, nós temos que, realmente, refazer as nossas cabeças e pensar que hoje vivemos uma nova realidade, a da elaboração de um Plano Plurianual por projetos, conforme preconiza a ONU, e que essa forma de dissecá-lo até o nível dos elementos, das atividades, permite uma transparência nunca antes vista na Prefeitura de Porto Alegre ou no nosso Município. Não é à toa que nós somos sempre apresentadores dessas propostas em vários fóruns internacionais, quando o assunto é democracia e finanças públicas.

Eu queria também refazer uma informação trazida aqui, porque ela não é verdadeira, e quero a atenção dos Srs. Vereadores e das Sras. Vereadoras. Mas, antes disso, eu queria dizer que a proposta da LDO que chegou a esta Casa é uma proposta resultante de um enorme trabalho de construção política e democrática de cidadania estabelecida já há muitos anos na nossa Cidade, por meio da democracia direta que respeitamos e que, mais do que respeitamos, aprimoramos. Estamos, neste momento, discutindo uma Peça da LDO enviada pela Prefeitura, e quero dizer ao Vereador que aqui há base de Governo autônoma, que aqui há oposição também bastante crítica, e isso é muito bom, mas a verdade tem que ser um preceito para todos os nossos debates. A LDO não chegou por pombo-correio, não chegou por navio, não chegou jogada de helicóptero; ela foi trazida, em mãos, pelo Prefeito José Fogaça, que fez uma reunião na Presidência desta Casa, na presença de todas as Vereadoras e Vereadores que lá quiseram comparecer, e, naquela oportunidade, pessoalmente, com o Prefeito, tivemos a oportunidade de ouvir, diretamente dele e dos vários Secretários que o acompanhavam, as modificações trazidas como propostas - evidentemente, não poderia ser diferente - a esta Casa, as propostas de modificação do PPA e a nova Peça trazida, este ano, para 2008, da LDO.

Lembro que a prioridade seguida nesse documento, a prioridade apontada pela Cidade, por meio das reuniões do Orçamento Participativo, colocou a Habitação como a primeira demanda; depois, a Educação, Assistência Social, a Saúde e a pavimentação são os cinco primeiros itens de demandas, exatamente elencados como foram sugeridos nas diversas audiências, nos diversos contatos, nas diversas reuniões que foram feitas pelo Executivo com as mulheres e os homens do nosso Município que estavam e estão envolvidos nesse trabalho voluntário, solidário, de construção das propostas públicas para a nossa Cidade, para o nosso Município. Evidentemente, essa é uma proposta, e cabe a nós, Vereadoras e Vereadores, com as nossas prerrogativas, debatê-las, enriquecê-las, modificá-las, contradizê-las, como é papel do Parlamento.

Mas eu queria também dizer que é muito importante, principalmente quando nós falamos de números, que eles sejam bem precisos. Alguns Vereadores que aqui me antecederam disseram: “Tudo foi modificado”. Não é verdade. Não é verdade! Eu queria dizer, por exemplo, que, só na área da Saúde - que é inclusive uma parte daquelas 200 páginas que foram colocadas pelos Vereadores -, ocorreram apenas nove modificações. E na área da Assistência, por exemplo, ocorreram apenas onze modificações. Por alguns discursos que me antecederam, parecia-me que eram centenas, e eu acho que a modificação é uma coisa extremamente importante porque traduz uma forma de fazer política em que o Poder Público, em confronto com a realidade, é capaz de absorver, nessas reuniões, as novas propostas. E muitos dos Projetos em andamento, nesse processo, demonstram uma necessidade maior de movimentação, ou de modificação. E eu acho que, para os processos da LDO deixarem de ser obras de ficção, eles devem ter transparência e devem apresentar as modificações reais que estão propostas. Fora disso, seria tergiversar, seria ocultar a realidade, e acho que isso não é boa política em nenhuma circunstância.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Maria Luiza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Boa-tarde, Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; cumprimentando-a, gostaria de cumprimentar todos os Vereadores e Vereadoras, público aqui presente e os nossos telespectadores.

Eu venho ocupar o espaço de Liderança até para justificar algumas dúvidas que dizem respeito a alguns Projetos que eu apresentei nesta Casa e que ora tramitam. Trata-se, inicialmente, do Projeto que regulamenta o serviço de radiodifusão comunitária no Município de Porto Alegre e determina penalidades em decorrência de infração ao disposto nesta Lei.

Ver. João Antonio Dib, gostaria de trazer aqui, até para esclarecimento de V. Exª e de todos os Vereadores, que esse Projeto não tem por objetivo se sobrepor à esfera do Governo Federal. Quando nós falamos em regulamentar, busca-se aqui ter o controle de todas as rádios comunitárias e também disciplinar sobre esses trabalhos no Município de Porto Alegre. E, no próprio Projeto e nas justificativas, eu considero que é, sim, uma competência da União a concessão. Então, eu utilizo este espaço para esclarecer, até porque regular e disciplinar vai oportunizar ao Município saber quantas são e quais são as rádios comunitárias que nós temos.

Aproveito ainda para dizer que, desde 5 de maio de 1989, um Decreto Municipal criou o Conselho Municipal de Radiodifusão. Nesse sentido, temos o entendimento de que o objetivo desse Projeto que ora tramita é regulamentar as rádios, até porque nós sabemos que as programações são pluralistas e sem censura, e devem as emissoras preencher alguns requisitos para a sua habilitação, no sentido de proporcionar uma programação aberta às expressões dos moradores das áreas atingidas. Aproveito ainda para destacar que as rádios atuam no combate à violência e em prol da segurança, de uma maneira inteligente, podendo proporcionar aos seus ouvintes... Um bairro interagindo com freqüência modulada será, com certeza, um bairro mais seguro, mais humano e mais cidadão. As rádios devem conter informação, lazer, manifestações culturais e artísticas, sem discriminação de raça, religião, sexo e ideologias partidárias. Enfim, as programações devem visar a um exercício diário para a plena cidadania.

Eu aproveito para citar também o art. 30 da Constituição Federal, inciso I, que diz (Lê.): “Compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local”. E, atualmente, no Município de Porto Alegre, não existe nenhum controle ou relação das rádios comunitárias em funcionamento. E eu questiono aqui: se o Município não tem conhecimento das rádios comunitárias instaladas, como ou de que forma poderá, então, divulgar as notícias de utilidade pública e de interesse local?

Ver. Dib, gostaria da sua atenção para comentar a respeito do Projeto de Lei, de minha autoria, que cria, na Empresa Pública de Transporte e Circulação, o setor que executará as cobranças, por indenizações, dos veículos automotores e de tração animal, em que o patrimônio público municipal seja danificado, e determina deveres à EPTC. Gostaria, Vereador, de aproveitar o espaço que me cabe, da Liderança do meu Partido, para esclarecer que esse Projeto visa a uma forma de ressarcimento ao Município.

Gostaria de dizer, também, que a 3ª Perimetral, entregue há pouco tempo, se V. Exas verificarem, do início ao fim, a 3ª Perimetral encontra-se com todas as suas bandeiras cívicas danificadas. Então, o Projeto visa a fazer a cobrança dentro da legalidade, e, num primeiro momento, Ver. Dib, a EPTC tem um prazo de 30 dias para executar essas cobranças, através de acordo amigável. Passando o prazo de 30 dias, eu coloco no Projeto, deve ser encaminhado, através da EPTC, todo o procedimento para que a Procuradoria-Geral do Município possa efetuar a devida cobrança.

Então, nesse sentido, é um Projeto que busca ressarcir o Município das despesas que são legais e devidas, as suas cobranças, até mesmo através das ocorrências, que dará a possibilidade ao Município, de ser ressarcido. Então, nos primeiros 30 dias, nós deixamos sobre a cobrança da EPTC, após transcorridos os 30 dias, essa cobrança passa a ser feita pela Procuradoria-Geral do Município.

Para concluir, eu quero dizer que agradeço todas as críticas, construtivas ou não, que eu venho recebendo dos meus colegas, e quero dizer que sou uma Vereadora nova; levei sete anos, Ver. Dib, para chegar a esta Casa, e tenho me empenhado muito, porque eu entendo que a minha missão e o meu dever é trabalhar, e, em momento algum, eu tive a preocupação de apresentar projetos com nome de rua. Direcionei-me mais para outras propostas que possam, de fato, contemplar o Município de Porto Alegre, e, sem dúvida, nos próximos dias, Vereador, também estarei apresentando projetos com nome de rua, mas entendo que os que tenho apresentado, até então, são Projetos, realmente, que vão contribuir para o dia-a-dia da Cidade e com os cidadãos que aqui vivem. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero me dirigir a Verª Maria Luiza, a mais nova Vereadora da Casa, e eu, o mais antigo, e, como tal, eu me sinto capaz de lhe dar alguns conselhos. Em primeiro lugar, quando quiser discutir a Pauta, chegue cedo como eu e se inscreva. Todos os Projetos que V. Exª falou estão na Pauta no dia de hoje; poderia, se tivesse chegado cedo, se inscrever e discutir. Em segundo lugar, isso eu destaquei na semana passada, numa homenagem que se prestou a uma figura da Cidade, que a humildade é muito importante na vida de todas as pessoas. Então, eu acho que um pouco de humildade não faria mal nenhum. Em terceiro lugar, o tempo de Liderança, na forma do Artigo n° 229 do Regimento, se destina a Comunicações urgentes e inadiáveis, e não a discutir a Pauta, que tem um livro especial para se inscrever.

Agora, sim, eu vou falar na Pauta Especial.

 

A Srª Maria Luiza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dib, eu só gostaria de acrescentar, para complementar a sua fala, que eu sempre chego muito cedo nesta Casa, no horário da manhã e no horário da tarde.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: A senhora pode chegar cedo, e eu não estou duvidando disso; apenas, no plenário, o primeiro que chega sou eu, a Verª Margarete, o Ver. Todeschini, o Ver. Comassetto, o Ver. Garcia, o Ver. Ismael Heinen. Eu nunca vi V. Exª chegar aqui na hora para se inscrever na Pauta. Tanto é verdade, que nunca falou em Pauta, mas, de qualquer forma, vale ainda o conselho de se ter um pouco mais de humildade e um pouco mais de tempo. Quanto a projetos que denominam ruas, na Pauta de hoje, têm Projetos de V. Exª denominando ruas.

Mas eu quero dizer para o meu amigo Adeli Sell, que é um Vereador diligente, eu não tenho dúvida nenhuma, mas que, às vezes, é um pouco agressivo. Na realidade, quando o Prefeito mandou a alteração do Plurianual, e nós precisamos votar o Plurianual antes de votar a LDO, o Prefeito foi claro na sua Exposição de Motivos, quando disse: (Lê) “As alterações constantes neste Projeto de Lei buscam melhorar o desempenho gerencial da Administração Municipal, permitir a variação do desempenho dos programas de relação aos objetivos e metas especificadas do Plano; oferecer elementos para relacionar a execução física e financeira dos programas aos resultados da atuação do Governo; criar condições para a melhoria contínua e mensurável da qualidade e produtividade dos bens e serviços públicos; e dar maior transparência à aplicação dos recursos públicos e aos resultados obtidos.”

Então, na realidade, essa forma de apresentar a proposta orçamentária e o Plurianual é uma novidade para todos nós. Não estávamos acostumados a receber da forma como aqui está hoje, com 21 Programas, o que, realmente, torna difícil fazer um comparativo. Realmente, há 200 páginas aqui, mas muitas estão em branco, não entendo por quê. É perfeitamente viável olhar um e outro, simultaneamente; agora, não é possível chegar aqui no plenário e se assoberbar, tomar conta de todas essas coisas: não tem como fazer, não tem. Mas tudo o que está escrito aqui está documentado, não tem problema nenhum.

Eu já disse, na primeira discussão de Pauta Especial, que não sei - admiro o Prefeito com toda aquela Procuradoria, com tantos Procuradores - o que está escrito no Projeto de Lei. Se colocar em vigor a Lei, ficam incluídas ações e alteradas as denominações das ações, descrição, finalidade, produto, unidade de medida e meta, conforme o caso, na forma especificada no Anexo Programas Finalísticos desta Lei. Não estou conseguindo vincular este artigo com o resto das alterações que ele está fazendo, ainda que a ementa diga uma coisa; mas a ementa não é a Lei, é uma pretensão, uma síntese da Lei.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, obrigado pelo aparte. Na mesma linha que o senhor vem trabalhando - tem que ter uma análise da Procuradoria-Geral do Município -, quero dizer que o art. 3º, que se refere à reserva de contingência, já traz 2%, que são 40 milhões; o art. 12, letra “a”, estabelece que poderá o Prefeito realizar um crédito no montante de até 10% das despesas totais, atualizadas, ou seja, mais 270 milhões, que, com os 40 milhões, são 310 milhões. É mais do que todo o investimento que está sendo discutido na LDO. Creio que está equivocada, novamente, a postura do Executivo em relação à verba da contingência.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador, eu estava discutindo o Plano Plurianual, e V. Exª veio com a Lei de Diretrizes Orçamentárias; eu já chego ali também.

 

O Sr. Carlos Comassetto: Mais uma razão, porque ele não aponta isso no Plano Plurianual. E se quer discutir na LDO, já teria que apontar no Plano Plurianual.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu entendo bem V. Exª, por isso que eu sorrio, porque V. Exª merece a minha atenção. Vereador, eu quero dizer que eu examinei o Plano Plurianual, examinei a LDO e não encontrei uma coisa que eu acho que é importantíssima para toda a Cidade; a identificação dos logradouros, o nome das ruas de Porto Alegre, não tem aqui. Agora, vamos ao seu caso.

 

O Sr. Carlos Comassetto: Aproveito para lhe dizer que as que têm nomes, dados por esta Casa, não têm placas nas ruas indicando.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Uma boa parte delas tem. Uma boa parte dos Vereadores diligentes sempre conseguiram fazer a inauguração com as placas.

 

O Sr. Carlos Comassetto: Uma pequena parte tem.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Mas vamos aos 10%. É sabido, é consabido, todas as vezes aconteceu, por todos os tempos, no art. 12, ele põe: no máximo 10%. Aí, vem o Ver. João Dib, o Ver. Comassetto, um Vereador qualquer, e coloca 4,5%. Ele sabe que vai ser 4,5%. Então, já faz para fazer uma Emenda. Aliás, digo a V. Exª que já fiz uma Emenda nesse sentido, é 4,5%. O Prefeito João Verle colocava 10%, o Prefeito Tarso Genro colocava 10%, o Prefeito Raul Pont colocava 10%, o Prefeito Olívio, 10%, para saber que ia ser reduzido a 4,5%, 4,2%. A Reserva de Contingência era 5,8% e passou, agora, para 2%. Então, realmente, é difícil acompanhar tudo isso aí, mas não tão difícil. E as coisas acontecem, dizendo que ele vai fazer 10% de investimento; eu espero que faça, vou ficar contente se fizer. E vai fazer, até porque há uma preocupação até de levantar do passado aquelas obras que deveriam ter sido realizadas pelo Orçamento Participativo, e eu seria capaz de dizer uma relação inteira de obras que foram realizadas pelo Prefeito Fogaça do Orçamento Participativo de 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004. Tenho aqui a relação, posso mostrar a Vossa Excelência. Portanto, eu acho que nós estamos no bom caminho, discutindo o que é importante. Agora, estamos discutindo, porque chegamos cedo, porque nos escrevemos para discutir. O Tempo de Liderança, todos nós podemos usar nas nossas Bancadas, mas para assuntos urgentes e inadiáveis. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. MARIA LUIZA: Ver. João Antonio Dib, eu só gostaria de esclarecer que consultei a Mesa, consultei a Presidenta, para não cometer nenhum erro de me utilizar do espaço do período de Liderança; eu consultei a Mesa.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu havia encerrado o meu pronunciamento, mas o aparte intempestivo me obriga a voltar. Pode ter consultado a Mesa, mas eu acredito no Regimento Interno e consultei a Comissão de Justiça no passado, que me disse, com todas as letras, que, na realidade, o tempo de Liderança deve ser solicitado à Mesa, poderá ser utilizado pelo Líder ou por Vereador por ele indicado, da sua Bancada, para assunto urgente e inadiável, submetido à consideração do Presidente, que dirá “sim” ou “não”, se pode ou não pode ser usado. De qualquer forma, eu estou falando aqui, porque eu leio o Regimento Interno, que é uma coisa muito simples e muito interessante de ser lida e, sobretudo, de ser observada. Saúde e PAZ!

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver. João Antonio Dib, todos nós nos apropriamos do Regimento; e a Liderança, ela pode ser solicitada a qualquer momento, inclusive na discussão da Pauta Especial.

O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Verª Maria Celeste, na presidência dos trabalhos e na presidência da Câmara; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras; público que nos acompanha aqui pela TVCâmara e nos acompanha em casa, estamos hoje debatendo a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Plano Plurianual.

É importante que a população que nos assiste em casa, principalmente, entenda um pouco este debate. O Plano Plurianual é um plano que, apresentado em 2005, ou no início de um Governo, dá as diretrizes gerais do que vai ser a gestão de quatro anos do Governo que entra. Entende-se, Ver. Adeli Sell, que um Governo que entra tem um projeto para governar a Cidade - ganha as eleições e apresenta um projeto para governar a Cidade pelos quatro anos. Já a Lei de Diretrizes Orçamentárias, como diz o próprio título, dá as diretrizes, as linhas gerais do que vai ser investido no ano seguinte. Este é o debate que está aqui na Câmara.

A Líder do Governo, a Verª Clênia Maranhão, esteve aqui e disse assim: “Não, no Plano Plurianual - que deveria ter sido apresentado, votado e dado como certo, porque é um projeto para os quatro anos -, fizeram poucas alterações.” Eu acho que não, Ver. Nilo, porque, neste pequeno calhamaço aqui (Mostra os documentos.), são as poucas alterações de que a Verª Clênia Maranhão falou. Isto aqui são as poucas alterações! São 200 páginas. O Plano Plurianual é este calhamaço aqui. Isto, na verdade, é a prova - em agosto de 2007, dois anos e oito meses depois de assumir a Prefeitura -, Ver. Carlos Todeschini, de que não havia um projeto para a Cidade. E a gente sempre disse. Não tinha um projeto para a Cidade, e agora faz este “pequeno” remendo de 200 páginas no Plurianual que foi aprovado lá em 2005 e que deveria valer para os quatro anos, Ver. Carlos Todeschini. Segundo a Vereadora Líder do Governo, são poucas alterações estas 200 páginas.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) É verdade; dou razão a V. Exª, Ver. Marcelo Danéris, porque os projetos do Governo são aqueles que o Governo herdou prontos da Administração Popular. O mais indicativo deles é o Programa Educativo Socioambiental - e o Presidente Lula, na última sexta-feira, em Porto Alegre, anunciou o aporte de recursos para viabilizar este Programa. É o que tem.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Ver. Carlos Todeschini, o Plano Plurianual, que nós estamos discutindo aqui, teve este “pequeno” remendo, prova de que não tinha projeto para a Cidade; prova de que o que foi dito, lá em 2004, não era um projeto para a Cidade, porque teve que ser totalmente remendado, quase que ao final da gestão deste Governo.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias, que dá as diretrizes de investimentos para o ano seguinte, à luz do que foi investido e do que foi aprovado pela Câmara de Vereadores nos anos anteriores, pode-se dizer que é uma verdadeira peça de ficção, como disse a própria Líder do Governo, aqui nesta tribuna. Porque, se nós vamos analisar o que estava orçado em 2005 e o que foi investido, estavam orçados mais de 300 milhões de investimento para 2005. A Governança Fogaça investiu 82 milhões. Há uma controvérsia aí, porque o Secretário da Fazenda, às vezes, diz 78 milhões; às vezes, diz 82 milhões. Vamos deixar pelos 82 milhões. Bem, mas bem menos da metade do que estava previsto. Já em 2006, estavam previstos, em investimentos para a Cidade, 215 milhões de reais. A Governança Fogaça cortou pela metade; investiu 106 milhões de reais no ano passado. Depois, teve um estorno, ainda não bem explicado, de 20 milhões de reais no final do ano passado, na virada, entre dezembro e janeiro deste ano, o que baixaria para 86 milhões de reais efetivamente investidos; de novo, menos da metade do que estava previsto. Essa é a Governança Fogaça, que propõe um corte pesado nos investimentos da Cidade. Isto se vê na rua, na opinião das pessoas, se vê na falta de obras, na falta de limpeza urbana, na falta de iluminação pública, na crise da Saúde que nós vivemos, na crise com o servidor público que nós vivemos.

E o Plano Plurianual se vê no próprio Plano Diretor, onde a Prefeitura não tem um projeto para a Cidade, se enredou nas relações com a construção civil, com os movimentos populares e acabou criando um problema; inclusive teve que ter a intervenção do Ministério Público para tentar resolver.

E, agora, a Câmara de Vereadores faz o papel que deveria ser da Prefeitura, ao privilegiar o debate público sobre o Plano Diretor, e aguarda com ansiedade que este Projeto proposto pelo Executivo chegue à Câmara de Vereadores, porque ainda não chegou, apesar de ser uma das prioridades da Cidade.

E o que diz essa Governança Fogaça para 2007? Ela diz: “Vamos investir 310 milhões de reais na Cidade”. E o que foi gasto até agosto, Ver. Adeli? Até agosto, foram executados 105 milhões de reais, ou seja, um terço do que foi previsto, e faltam apenas quatro meses para acabar o ano, Ver. Adeli Sell.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Marcelo Danéris, me conforta profundamente a sua intervenção, porque eu acho que é tratar com desdém o que a Verª Clênia Maranhão fez, dizendo que são apenas pequenas modificações. V. Exª, corretamente, resgata um calhamaço de 200 páginas e, diga-se de passagem, algumas páginas em branco - que eu não entendi por que -, e também alguns daqueles encaminhamentos que eu fiz antes, mostrando que não estão presentes, apesar de estarem anotados nas páginas iniciais. Então, me confortam profundamente os seus questionamentos. Afinal de contas, perguntar e pensar não ofende ninguém.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Ver. Adeli Sell, vou lhe dar mais um dado que, infelizmente, não conforta e que é gravíssimo, para ver que peça de ficção - quando eles querem - é a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Sabe quanto foi gasto do investimento previsto na área da Saúde, Ver. Todeschini? A área da Saúde é a mais grave, passa a pior crise da história das suas duas últimas décadas em Porto Alegre. O Governo Fogaça não consegue dar uma resposta para a Saúde, que foi a sua principal promessa, não constrói hospital, tem crise no HPS, tudo o que a população conhece. Foram previstos, Ver. Todeschini, 16 milhões de reais em investimentos em Saúde neste ano. Foram executados, até agora, 993 mil reais, Ver. Carlos Todeschini. Agora, o mais grave é o seguinte: em publicidade, já foram executados, neste ano, 14 milhões de reais; enquanto que a média do Governo Fogaça e a média da Administração Popular sempre girou em 6,5 milhões de reais! Seis milhões e meio de reais é muito dinheiro para a publicidade, mas é a média necessária. Vamos dar de barato, porque é isso; porque nós também executávamos, não estou aqui falando que não, porque nós fazíamos. Agora, é razoável que estejamos em agosto de 2007 e já tenhamos executado 14 milhões de reais em publicidade e, na Saúde, apenas 993 mil reais, vivendo a crise que vive Porto Alegre? E aí vamos dizer que a LDO e o Plano Plurianual não são uma obra de ficção, que não têm o compromisso da Governança Fogaça com a publicidade - ou com setores da publicidade -, e, sobretudo, não têm compromisso com a Saúde. E isto é gravíssimo, Ver. João Antonio Dib! E a Bancada do PT vai discutir, vai propor uma Emenda que limite o gasto em publicidade, por aí, entre 0,3% da Receita corrente líquida, que já vai dar o valor de 7 milhões de reais - que era a média anual.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Mais uma vez, dou razão a V. Exª, Ver. Marcelo Danéris, porque, na Saúde, por exemplo, nós tivemos todos os transtornos do PACS, todo o atraso das obras, toda a confusão, inclusive aquela paralisação que não deveria ter acontecido. E nós apresentamos uma Emenda ao Orçamento da União, e basta o Governo apresentar o Projeto. E, hoje, eu recebi a informação de Brasília de que, se o Governo não fizer o pré-cadastro do Projeto, vai acabar perdendo mais esse recurso que é destinado à Unidade de Saúde São José, que é de mais 190 mil reais.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: O Governo Lula joga uma bóia para a Governança Fogaça, mas ela ainda não soube nadar até a bóia para segurar.

Por último, eu quero dar um último dado: está previsto, para 2008, um investimento total de 270 milhões de reais. Ora, se no primeiro ano, foram 82 milhões de reais, no segundo ano, foram 86 milhões de reais, neste ano, não executou o que estava previsto, não é uma ficção acreditar que a Governança Fogaça vai investir mais de 270 milhões de reais em 2008?

Talvez só as eleições expliquem o anúncio desse total de investimento. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores e Vereadoras; senhoras e senhores, discutir, aqui, a Lei de Diretrizes Orçamentárias é discutir as políticas públicas do Município de Porto alegre, e é discutir as suas aplicações. Portanto, no momento em que nós estamos aprovando uma LDO, nós temos que analisar as anteriores. E eu trago, aqui, hoje, três temas específicos para nós analisarmos: a questão da Secretaria do Meio Ambiente - e a denúncia já foi feita, aqui, pelo Ver. Adeli Sell -; a questão da Secretaria de Acessibilidade; e a questão da FASC, Ver. Nilo.

Eu queria começar falando, Ver. Alceu Brasinha, sobre uma primeira e importante informação; qual seja, a Execução Orçamentária de 2007. Como acabou de dizer o meu colega, Ver. Marcelo Danéris, foram orçados 310 milhões de reais para investimentos, e, desse total, foi autorizado, até o dia 31 de julho, o valor líquido de apenas 73 milhões de reais - ou seja, 23,5% da Receita que nós aprovamos para o ano de 2007. No entanto, Ver. João Antonio Dib, os gastos com publicidade, nesses oito meses, já atingiram 14 milhões e cem mil reais, sendo que, durante todo o ano de 2006, o valor gasto com publicidade foi de seis milhões e trezentos mil reais, Ver. Guilherme Barbosa. Então, neste ano, em apenas oito meses, já se gastou com publicidade o dobro do que se gastou durante todo o ano de 2006. Isso significa dizer que, faltando cinco meses para o término do exercício de 2007, já foi gasto o dobro do montante que se gastou no ano passado, Ver. João Carlos Nedel - V. Exª vai falar depois de mim aqui nesta tribuna, e eu gostaria que V. Exª justificasse essa linha da base do Governo.

O nosso Líder, Ver. Adeli Sell, já trouxe aqui as fotografias, e gostaria que as câmeras voltassem a mostrar (Mostra fotografias.) a destruição ambiental que está ocorrendo, neste momento, lá na Rua Corte Real, Verª Margarete Moraes, no número 82, vizinho à sua casa, no bairro em que V. Exª mora. A responsabilidade por esse licenciamento - ou não - é da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. E eu quero citar aqui a relação da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, com o desempenho do Orçamento que nós aprovamos neste ano: quatro projetos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente não foram sequer iniciados. São os seguintes os Projetos: a Orla do Guaíba, a qualificação dos viveiros, o serviço de arborização e a aquisição de equipamentos para controle ambiental.

Na semana passada, Ver. Carlos Todeschini, Porto Alegre foi manchete nacional, porque o limite de partículas sólidas lançadas no ar de Porto Alegre está 100% acima do tolerado: está em 22% - e esse era um serviço exemplar; Porto Alegre, inclusive, ganhou prêmio na questão do controle ambiental do ar.

Projeto de recuperação dos arroios de Porto Alegre: recursos autorizados, 751 mil; não foi empenhado ou liquidado um real na Secretaria Municipal do Meio Ambiente! Em outros dois Projetos, a execução foi pífia. Recuperação e melhorias de áreas de lazer: foi orçado 1,2 milhões, e foram liquidados nove mil reais. A qualificação de parques e praças: despesas previstas, 365 mil reais; liquidados 5.800 reais - e certamente foi no Parcão, porque a praça lá do Chapéu do Sol, lá no Jardim Vila Nova, está atirada às traças.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, quero registrar que Porto Alegre já teve um trabalho, um serviço exemplar no monitoramento, no controle da qualidade do ar - que está praticamente todo perdido. Em segundo lugar, esta Casa aprovou um Projeto que prevê aqui o uso do biodiesel, que prevê a intensificação, conforme regulamentação da Agência Nacional do Petróleo. E o uso do biodisel, com certeza, poderia resultar em uma emissão menor de material particulado. No entanto, o Governo é lento; iniciou, sim, a implantação, mas é muito lento, porque, além dos 2%, poderia avançar até 30% no uso de biodiesel, e deveria estar usando já em toda frota permissionária, concessionária, os prestadores de serviço e na frota própria da Prefeitura, e isso não está acontecendo. Então, esse é mais um alerta que o senhor levanta com muita propriedade, porque isso causa grandes danos à saúde da população, a má qualidade do ar que nós temos no Centro da Cidade. Obrigado, Vereador.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Obrigado, Ver. Todeschini.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada. Rapidamente, Vereador, eu gostaria de salientar, dentro do que o senhor se refere, que é a questão do meio ambiente, que o Viveiro Municipal de Porto Alegre está absolutamente abandonado. Para um Secretário de Meio Ambiente que se preocupa, muitas vezes, com maricás ou com a poda de algumas árvores, ele poderia ir lá ver como está a situação do nosso viveiro, que fica atrás da minha casa. Obrigada, Vereador.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Assim como a Reserva Biológica do Lami também está “atirada às traças” e foi fechada para a população. Eu gostaria, antes de lhe dar a palavra, Ver. Brasinha, de dizer que, nesses projetos de qualificação de parques e praças, está previsto, com a melhoria de áreas de lazer, 1,5 milhão de reais, mas foram empenhados apenas 21 mil reais, e foram liquidados 14, 8 mil reais. É um orçamento do papel! E o Fundo Pró-Ambiente liquidou apenas 18% de suas dotações orçamentárias, que são de 3,6 milhões de reais, Verª Maristela Maffei. É claro, o Fundo do Meio Ambiente não está sendo empenhado e, para isso, precisa de planejamento, de projeto; está estruturado dentro de uma visão de sustentabilidade de Cidade. Agora, vocês sabem quanto a SMAM já utilizou em publicidade este ano? Cento e sessenta mil reais, enquanto que, para os parques e praças, foram utilizados 14 mil reais.

Vereador Brasinha, tenha a bondade.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Comassetto, eu assisti a seu discurso e escutei bem. Quer dizer que o Secretário Beto Moesch não está trabalhando mesmo, não é?

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Olha, se está, ninguém sabe; nós gostaríamos de saber, principalmente, pela denúncia que o Ver. Adeli traz hoje, aqui, da destruição ambiental lá na Rua Corte Real. Lá no Morro Pasmado, tem um processo de improbidade administrativa rodando, porque o Secretário deixou destruir o morro para, depois, tomar providências, e sabendo o que estava acontecendo.

 

O Sr. Marcelo Danéris: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, já que está falando em publicidade, tem um dado impressionante sobre a Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico na relação orçamentária.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Cinco, vírgula, sete milhões só de publicidade!

O Sr. Marcelo Danéris: Cinco, vírgula, sete milhões de reais de publicidade, quando estavam orçados 414 mil reais! Mas o PIEC, até agora, teve execução zero. Isso aqui é a prioridade que a Governança Fogaça tem dado para o PIEC.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Inclusive gostaria que o Ver. João Carlos Nedel, que vai nos suceder, que representa a base do Governo, explique por que está se gastando 5,7 milhões na Secretaria de Gestão, só em publicidade, e onde está sendo gasto isso. Será que é para vender a idéia dos Portais? O Projeto dos Portais, que a Cidade ainda não aprovou, sobre o qual não há um diálogo propositivo com a Cidade? Portanto, Ver. João Antonio Dib, esses são dados que se referem ao Orçamento que aprovamos no ano passado. Agora, gostaria de trazer outro dado aqui, Ver. Marcelo Danéris: nós aprovamos o Orçamento para 2006, onde eram previstos cerca de 210 milhões de reais em investimentos, e foram investidos somente 120 milhões; portanto, em torno de 50% do Orçamento! E nós aprovamos e discutimos aqui, Projeto por Projeto, dando condições para que a gestão municipal pudesse resolver os problemas da Saúde, dos buracos, da limpeza urbana, dos alagamentos, das crianças na rua, e esses problemas não diminuíram. Segundo a última pesquisa que foi feita na Cidade, 60% da população acha que piorou o problema das crianças nas esquinas; 55% acha que a Saúde piorou. Não é a voz da oposição, é a voz do povo que está falando, aqui, nas pesquisas públicas.

Portanto, esse é o debate que temos que fazer, Srª Presidenta, para encerrar a minha contribuição, tratando da Secretaria do Meio Ambiente sob o ponto de vista do desempenho. Em um próximo momento, trataremos da FASC e da Secretaria da Saúde. Um grande abraço.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidenta Maria Celeste; Vereadores e Vereadoras, estamos discutindo o Projeto de Lei do Executivo que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2008. Acho que aqui tem gente que está discutindo o Orçamento do ano passado, do ano retrasado, e nós estamos aqui vendo as diretrizes para 2008. Portanto, vamos ficar no objetivo, vamos ficar centrados na Pauta de hoje, que são as diretrizes para 2008 - a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Plano Plurianual, não.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Vereador, nós sabemos que está contida no Plano Plurianual a questão também das Diretrizes, mas acho que alguém lhe informou mal, porque, na verdade, nós estamos discutindo os quatro anos. Ou o Plano Plurianual não é isso? Então, o senhor me ensina, porque, de repente, sou “aluna nova”, não tenho melhores informações - por favor.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Não estamos discutindo o Plano Plurianual; estamos discutindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Ver. João Carlos Nedel, só para informar o Plenário, para que não haja confusão, a discussão preliminar de Pauta Especial aborda não só as Diretrizes Orçamentárias para 2008 como também o Plano Plurianual 2006 -2009, portanto, as alterações trazidas pelo Governo a esta Casa.

Só para informe, mas garanti o seu tempo aqui, Ver. Nedel.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: São duas Pautas separadas ou juntas?

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Dois Projetos de Lei, discussão preliminar de Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Mas nós não poderíamos ter.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, V. Exª está fazendo corretamente; os dois temas estão em Pauta, e é uma Pauta só, não faria seis vezes para cada um deles. V. Exª está discutindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Outros Vereadores discutiram só o Plano Plurianual. Eu discuti as duas. V. Exª tem ali na mesa, não quis levar para discutir, foi discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2008.

Agora, no passado, raramente se trouxe à Casa o Plano Plurianual para ser retificado, emendado ou acrescido. Mas a Casa aceitou, no ano passado, que poderia se fazer, e tem sido feito! E este ano tem sido feito de novo, no sentido de melhorar o aproveitamento de recursos, melhorar as condições do próprio Plano, nos seus 21 Programas. Não tem nada de diferente, nada de equivocado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Mas a Pauta Especial pode atender as duas coisas? Porque, no meu entendimento, nós estamos discutindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

 

O Sr. João Antonio Dib: Pode, está correto, escolheu a Lei de Diretrizes Orçamentárias; pode discutir só ela, não é obrigado a discutir as duas! Está certo!

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, V. Exª está correto, mas, para discutir a LDO, nós só podemos discutir aquilo que vai ser tratado pela LDO, com as modificações que vão ser introduzidas no Plano Plurianual, porque, na Constituição e na Lei Orgânica do Município, nada existe de impeditivo que, durante os quatro anos, se apresentem alterações no Plurianual, não para os quatro anos, mas para aquilo que resta ainda, para que a Lei de Diretrizes Orçamentárias possa ser bem executada. Então, age certo o Executivo, e, certo, V. Exª também, porque, quando V. Exª discute a LDO, ao mesmo tempo, V. Exª também está discutindo as alterações normais do Plurianual para poder propiciar as alterações ou modificações que vão ser introduzidas também na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito obrigado. Mas eu quero discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias. É isso que eu vim fazer, é isso que está na Pauta Especial, e é isso que eu irei fazer.

A primeira observação é sobre a Receita Total do Município. Em 2006, estavam previstos dois bilhões, 155 milhões de reais, e chegou-se a dois bilhões, 177 milhões de reais. Um superávit de 21 milhões de reais. Acho isso muito importante. O Orçamento está sendo cumprido e sendo superado.

A Receita é Saúde: uma das primeiras observações da LDO fala sobre os investimentos na Saúde: nas Farmácias Distritais, no Pronto Socorro, no Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, todos os detalhes de todos os atendimentos na Saúde, inclusive os pronto atendimentos. Também o Programa Bem-me-quer, da FASC; Ação de Meninos de Rua e Abrigagem. É um trabalho grande, porque a dificuldade na área social é muito grande. Eu tenho recebido várias solicitações desse setor; é um problema sério na nossa Cidade o problema social!

Também o assunto da chamada terceira idade, com o projeto Carinho Não Tem Idade, que compreende: geriatria, apoio ao idoso e envelhecimento saudável.

A Cidade Acessível: acessibilidade no transporte, acessibilidade ao pedestre, à sinalização das vias, à bilhetagem eletrônica, à educação no trânsito, ao estacionamento rotativo em frente a clínicas de fisioterapia, à sinalização semafórica e à qualificação das paradas.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É interessante a identificação de projetos que V. Exª acha importantes, principalmente no trabalho em que V. Exª labuta, que são as questões sociais. Eu gostaria de trazer aqui que o projeto Apoio e Atenção ao Idoso, do Programa Carinho Não Tem Idade, no Orçamento atual, o de 2007, nós orçamos em 576 mil reais, e, até julho, foram liquidados apenas 77 mil. Isso representa muito pouco! E do Gurizada Cidadã, que orçamos em 2,6 milhões, só 44 mil reais foram gastos. Então, eu acho que essas identificações que V. Exª traz são importantes para nós analisarmos também o que está sendo feito com o Orçamento do ano passado. Obrigado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Pois não, mas eu estou discutindo a LDO de 2008.

Está prevista, já que V. Exª o citou, no Carinho Não Tem Idade, a criação de duas unidades em geriatria. No Apoio e Atenção ao Idoso, está previsto o atendimento de 1.856 pessoas. Já no Programa de Bem com a Vida, está previsto o atendimento de 42.350 pessoas, e, no Promoção do Envelhecimento Saudável, está previsto o atendimento de 20 mil pessoas. Essa é uma previsão da LDO.

No Cidade Acessível, que eu estava verificando, a acessibilidade no transporte, as ações para os pedestres e também a adequação de sinalização das vias estruturadoras, e para isso há quatro projetos.

Também temos Cidade Integrada, em que está prevista a ampliação da rede de água; um percentual de 30% da rede de água e do esgoto, também no percentual de 30%. Para conservação da rede de iluminação pública, que é uma necessidade muito grande, está prevista a implantação de 74 mil novos pontos de iluminação pública nas vias de Porto Alegre. Há também a melhoria de infra-estrutura de drenagem. Está previsto, no sistema de drenagem urbana, 6 mil, 296 metros de novas unidades de drenagem urbana. Srª Presidenta, muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4282/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 126/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que institui o uso obrigatório do brasão de armas do Município de Porto Alegre nos seus veículos oficiais, proíbe o uso de logotipos institucionais nesses veículos e dá outras providências.

 

PROC. Nº 4781/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 151/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que  cria o Certificado de Utilidade Pública Municipal e a Certidão de Utilidade Pública Municipal para as organizações não-governamentais – ONGs – declaradas de utilidade pública pelo Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. Nº 5008/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 164/07, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que denomina Rua Ronaldo Molina de Quadros o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 2988 – Loteamento Verdes Campos -, localizado no bairro Mário Quintana. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 5011/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 166/07, de autoria do Ver. Ervino Besson que denomina Rua Odília Feliciano de Souza o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 4003 – Vila Orfanotrófio I -, localizado no bairro Teresópolis. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 5012/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 167/07, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Cézar Dorneles Mendes o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 4012 – Vila Orfanotrófio I -, localizado no bairro Santa Tereza. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 5154/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/07, de autoria do Ver. Ervino Besson que denomina Rua Flor de Eucalipto o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 4011 – Vila Orfanotrófio I -, localizado no bairro Santa Tereza. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 5195/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 172/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Antonio da Costa Castanho o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 6427, localizado no bairro Ponta Grossa. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4472/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/07, que cria a Secretaria Municipal de Turismo – SMTUR – na Prefeitura Municipal de Porto Alegre – PMPA, extingue o Gabinete de Turismo – GTUR – do Gabinete do Prefeito – GP, e revoga o art. 1º da Lei nº 9.735, de 11 de maio de 2005, e dá outras providências.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1920/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que regulamenta o Serviço de Radiodifusão Comunitária no Município de Porto Alegre e determina penalidades em decorrência de infração ao disposto nesta Lei.

 

PROC. Nº 3120/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/07, de autoria do Ver. Adeli Sell, que  concede o Título Honorífico e  o Troféu José Bertaso ao Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 4283/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 127/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que cria, na Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC -, o setor que executará cobranças  por indenizações em face de acidentes de trânsito causados por veículos automotores e de tração animal em que o Patrimônio Público Municipal seja danificado e determina deveres à EPTC.

 

PROC. Nº 4589/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/07, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Rua Victor Osório Marona o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 2986 – Loteamento Verdes Campos -, localizado no bairro Mário Quintana. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 5013/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 168/07, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Maria Acedina dos Santos Freitas, o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 4014 – Vila Orfanotrófio I -, localizado no bairro Santa Tereza. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 4194/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 122/07, de autoria do Ver. Dr. Raul, que institui, no Município de Porto Alegre, o Protocolo para a Promoção do Planejamento Familiar, determina a forma de sua efetivação e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 3009/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/07, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que altera a ementa e o art. 1º da Lei nº 7.185, de 26 de novembro de 1992, alterando de Esplanada Deputado Carlos Santos para Praça Carlos Santos a denominação do logradouro público cadastrado e determinando o conteúdo de suas placas denominativas.

 

PROC. Nº 3455/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 103/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que dispõe sobre a instalação de transformadores de energia elétrica em postes de concreto, nos logradouros públicos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 4006/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 113/07, de autoria da Verª Clênia Maranhão e outros, que denomina Praça Julieta Battistioli o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Praça 7062 – Loteamento Hípica Boulevard. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 4417/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 006/07, que altera as Leis Complementares nº 07, de 07 de dezembro de 1973, que institui e disciplina os tributos de competência do Município, e nº 306, de 23 de dezembro de 1993, que institui hipótese de responsabilidade pelo pagamento do  Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN; revoga a Lei Complementar nº 207, de 28 de dezembro de 1989, que estabelece as condições para a isenção do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 4590/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 143/07, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Rua Madre Celina Maria Azambuja o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 2990 – Loteamento Verdes Campos -, localizado no bairro Mário Quintana. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 4800/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 156/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Praça PM Ivonildo Gampert Biassi o logradouro público cadastrado, conhecido como Praça Cinco – SQ Três 2ª U.V. – Nova Restinga -, localizado no bairro Restinga. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 4867/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 159/07, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que denomina Praça Jorge Alencastro de Oliveira o logradouro público cadastrado, conhecido como Praça 1057, localizado no bairro Menino Deus. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, sou o primeiro inscrito em Pauta, porque aqui cheguei, em primeiro lugar, à 1h; em seguida, chegaram os Vereadores Comassetto e Adeli Sell. Aí foram chegando os demais, mas eu cheguei cedo, porque acho que a Pauta é um momento muito importante, é quando nós conhecemos os projetos e quando podemos discuti-los.

Hoje há, em Primeira Sessão, dois projetos da Verª Maria Luiza; um que institui o uso obrigatório do brasão de armas do Município de Porto Alegre nos seus veículos oficiais, proíbe o uso de logotipos institucionais nesses veículos e dá outras providências. Temos outro Projeto, de autoria da Verª Maria Luiza, que cria o Certificado de Utilidade Pública Municipal e a Certidão de Utilidade Pública Municipal para as organizações não-governamentais - ONGs - declaradas de utilidade pública pelo Município de Porto Alegre e dá outras providências.

Eu tenho dificuldades realmente de analisar os Projetos da Vereadora. Eu acho que proibir o uso de logotipos institucionais nesses veículos e dar outras providências é meio complicado. Eu, quando fui Prefeito, tinha o slogan da Cidade: “A Cidade é nossa, estamos trabalhando por ela”. Era tão agressivo, que, quando saí da Prefeitura, cansei de ver, nos prismas que indicavam as paradas de ônibus, exatamente aquilo, e não fazia mal para ninguém.

A atenta Procuradora Marion Alimena mostra, por todas as razões, o seguinte (Lê.): “Assim, entendo que a matéria de que trata o presente Projeto está inserida na estrutura, organização e funcionamento da Administração Municipal, sendo de competência privativamente ao Chefe do Executivo, nos termos do artigo 94, inciso IV da Lei Orgânica”. Eu acho que cabe, privativamente, ao Prefeito alterar ou indicar que logotipo ele vai usar nos seus veículos oficiais.

No outro caso, do certificado, em um trabalho bem apresentado, inclusive mostra o Certificado de Utilidade Pública Municipal e uma Certidão de Utilidade Pública Municipal, é um fato novo na Prefeitura. A Procuradoria não se deu conta de que isso aqui implica despesas, e, se implica despesa, o Prefeito concordará ou não. E também não sei se a Câmara vai aprovar ou não; isso é outro capítulo.

Na Sessão passada, manifestei-me contrariamente ao Projeto do Executivo que cria a Secretaria de Turismo. Ao longo do tempo, a Prefeitura teve a Epatur, Empresa Porto-Alegrense de Turismo, que agora se transformou em Escritório Porto-Alegrense de Turismo. Para que crie essa Secretaria, estão sendo criados nove cargos e extintos dois. Eu acho que, utilizados os recursos dos nove cargos como investimento para promoção turística para Porto Alegre, nós teremos, com o Escritório, com uma estrutura mais barata, condições de fazer a promoção turística de Porto Alegre. Portanto, quando eu faço as coisas é para mim, porque só existem dois caminhos: o certo e o errado. Eu acho errado criar a Secretaria de Turismo.

Ao mesmo tempo, eu acho errado o Projeto de autoria da Verª Maria Luiza - que ela citou na Comunicação de Liderança -, criando, na Empresa Pública de Transporte e Circulação, o setor que executará a cobrança. Mas, se nós temos uma Procuradoria, que tem mais de 60 Procuradores, nós vamos fazer um outro serviço para fazer cobrança? Então, que se feche a Procuradoria, espalhe-se a Procuradoria pelos diferentes órgãos da Prefeitura, e não se precisa fazer esse gasto todo.

Não é que eu seja contra a juventude e o vigor da Verª Maria Luiza, mas, se eu não aceito a criação da Secretaria de Turismo, porque vai criar cargos, como vou aceitar a criação de cargos para fazer um escritório, ou uma organização, não sei de que forma, dentro da EPTC, para fazer a cobrança judicial? Não posso aceitar. Portanto, eu peço perdão por não poder aceitar, mas é a posição de quem conhece dois caminhos: o certo e o errado. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maria Celeste, colegas Vereadoras, Vereadores, criar ou não criar a Secretaria Municipal de Turismo? Nós podemos ter uma Secretaria, nós podemos continuar tendo um Escritório, como nós podemos ter uma empresa pública, como nós podemos ter uma instituição, como existe em alguns países; mais especificamente, a legislação da Espanha permite. Barcelona é assim, nós temos um Escritório de Turismo compartilhado entre a iniciativa privada e o Governo, mas lá há pactos, lá as coisas funcionam.

Aqui nós temos um gravíssimo problema, já durante a Gestão do meu Partido, como agora durante esta Gestão; a Prefeitura faz convênio, fazia com o Convention Bureau; agora faz com a ABIH, que dá tudo na mesma coisa, porque são pessoas vinculadas ao turismo, hotelaria, captadores de eventos. Na verdade, essa contratação, eu, já na época, dizia que não era o ideal, porque você não tem um controle público efetivo muitas vezes. E nós estamos abertos, a minha Bancada vai discutir, a minha Bancada vai chamar a Ângela Baldino para conversar a respeito desse Projeto o quanto antes, porque nós não somos sectários, só porque vem do Governo, nós vamos nos colocar contra. Nós, por exemplo, questionamos o Governo ao formar a Secretaria de Acessibilidade, e, na verdade, essa Secretaria é uma assessoria especial do Sr. Prefeito. Nada contra as pessoas, pelo contrário, são pessoas que têm preocupações, mas não vejo que tenha estatura de uma Secretaria; é de uma assessoria especial. Talvez nós devêssemos, inclusive, diminuir o número de Secretarias. Eu, por exemplo, não vejo nenhum problema que o Turismo fique na Secretaria de Desenvolvimento, que aqui se chama SMIC, mas ela terá de ter condições de trabalhar. Hoje nós temos, se eu bem me lembro, três cargos de confiança, muitos estagiários e contratações. Então nós temos de fazer esse debate de uma vez por todas. Nós chegamos a aventar essa questão na Gestão passada, não tivemos o apoio necessário. Bom, agora as coisas mudaram: o PT é oposição, e aqueles que eram oposição agora são situação. Quem sabe a gente consegue agora discutir mais e melhor esse tema?

Agora, a questão do turismo tem de ser colocada como um dos principais pilares do desenvolvimento econômico-social da Cidade, mas, se a gente for atrás do nosso atual Secretário de Segurança Pública do Estado, ele quer fazer tábula rasa de um restaurante, em Porto Alegre, Ver. Brasinha, - com todo respeito à sua cidade lá na barranca do Uruguai -, como se, em Tiradentes do Sul, um restaurante de beira de estrada fosse a mesma coisa que um restaurante aqui em Porto Alegre. É por isso que nós temos de discutir turismo, até porque, Ver. Brasinha, o Secretário esqueceu que quem emite alvará, quem discute, quem legisla sobre leis de comércio é a Prefeitura, não é o Governo do Estado. Está mal-assessorado o nosso Secretário.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, que bom que V. Exª está preocupado com o turismo. O turismo é muito importante porque gera muito emprego. E eu tenho certeza absoluta de que, se todos ajudarem a incentivar o turismo, isso só vai gerar emprego e trazer felicidade para a cidade de Porto Alegre e para o Rio Grande, porque nós não podemos mais proibir muito, nós temos de incentivar as pessoas a virem visitar o Rio Grande, a virem visitar Porto Alegre. Obrigado.

 

O SR. ADELI SELL: Como está acontecendo hoje na Rota dos Vinhedos, nos Caminhos de Pedra, onde, efetivamente, aquela região está dando um show, inclusive na tradicional região de Gramado. Então, nós não podemos confundir um boteco da periferia, com todo o respeito à periferia, com um restaurante, com uma casa noturna que tem acústica, que tem vedação, com o que está acontecendo em alguns lugares... Por exemplo, hoje, o Ver. Guilherme Barbosa fazia um Pedido de Informações sobre um local, a respeito do qual, de uma hora para a outra, a Prefeitura voltou, parece-me, à estaca zero, pois, na verdade, esse já devia até ter sido fechado. Se fizer como fez Diadema, fechando o que tem de fechar, porque a Lei Seca em Diadema começou dois anos depois de um Projeto que já tinha diminuído em 36% a criminalidade... Os dados apresentados sobre esse tema não são verdadeiros, e eu tenho as provas comigo. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste, colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras que nos assistem, eu quero falar, hoje, a respeito do Projeto de autoria do Executivo Municipal que propõe criar a Secretaria Municipal de Turismo. Eu acredito que esse Projeto do Executivo esta Casa vai aprovar, até porque o turismo é hoje uma das bandeiras que mais crescem no mundo todo. Se nós citarmos a Espanha, em primeiro lugar, lá está o turismo; se nós citarmos a Itália, em primeiro, lá está também turismo; se observarmos a América do Sul, no Peru, o primeiro produto é o turismo, assim como em muitos outros países do mundo, assim como em muitas cidades e regiões do nosso País; vale lembrar a nossa Serra, o Vale dos Vinhedos. E Porto Alegre, a capital dos gaúchos? Temos que trabalhar, sim, a questão do turismo, mas já quero trazer aqui alguns dados que evidenciam em que a Cidade tem que melhorar para poder obter êxito em uma política de turismo. Quero trazer aqui os dados. O Bureau de Turismo de Porto Alegre realizou, há bem poucos dias, uma pesquisa, um estudo que identificou as marcas positivas e as marcas negativas da cidade de Porto Alegre. As marcas positivas todos nós defendemos e queremos continuar a fazê-lo; as marcas negativas nós precisamos atacar. Qual é a maior preocupação que foi identificada? Segurança. Segurança não é um problema só do Município, mas também é um problema do Município. Na pesquisa recente do mês de agosto, 77,6% da população diz que o tema “Segurança Urbana” em Porto Alegre piorou. Portanto, Verª Margarete, a senhora, que trabalha com cultura, que é um dos atrativos do turismo, se não houver segurança, por maior esforço que possa fazer o segmento da Cultura, haverá prejuízo.

Carroças na rua. Quarenta e dois por cento da população diz que piorou a situação no que diz respeito ao sistema viário em Porto Alegre. Portanto, temos que atacar esse problema, e aí não é só com discurso. Aqui nesta Casa, Ver. Sebastião Melo, foi feita uma Audiência Pública sobre as carroças, e foram encaminhadas conclusões ao Executivo, no sentido de que esse teria que elaborar um Projeto para resolver o problema das carroças. Mas 42% da população acha que piorou.

Crianças nas esquinas. Não há cidade com turismo que seja atrativa com um problema social que aparece em todos os lados; 59,8% da população entrevistada disse que esse tema das crianças nas esquinas piorou, que piorou essa relação na cidade de Porto Alegre. Portanto, discutir a criação de uma Secretaria Municipal de Turismo, e temos o acordo aqui, não é só discutir a sua criação, é identificar os principais problemas que afugentam os turistas, que são os problemas já identificados pelo Bureau de Turismo, que os apresentou aqui, nesta Casa, numa Audiência Pública, para que nós possamos, realmente, efetivar a Secretaria Municipal de Turismo e as suas potencialidades, porque o turismo é a “indústria sem chaminé”, é aquela que desencadeia e gera todo o ciclo produtivo - o artesanato, as relações sociais... Mas, Ver. João Antonio Dib, a Cidade tem que ter sinalização. A população toda diz que piorou a sinalização em Porto Alegre. Placas nas ruas não existem, ou existem muito poucas, e, na parte central, vamos para a periferia, é um problema... A criação da Secretaria Municipal de Turismo é um potencial, é uma boa política para o Município. Agora, nós queremos discutir, na sua aprovação, todos os problemas que não contribuem para atrair o turismo a Porto Alegre. Muito obrigado, senhores e senhoras.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Srs Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, hoje, estivemos, Verª Maria Celeste, em visita ao Presidente da CEEE, o Sr. Delson Martini, meu conterrâneo, de Progresso, e discutimos lá a Emenda que foi protocolada na Assembléia Legislativa pelo Deputado Raul Carrion. Lá também estiveram o Deputado Kalil Sehbe e o próprio Secretário de Ciências e Tecnologia para discutirmos a ampliação da rede em relação à questão do Ceitec. Nós soubemos que a forma que está estabelecida hoje não tem suporte. Anteriormente, nós havíamos discutido na região essa problemática, fizemos os encaminhamentos e, agora, vamos conseguir colocar isso em prática. Fomos muito bem recebidos, e a própria proposta também, e depois, futuramente, nós vamos fazer uma visita, na qual, também, com certeza, a Srª Presidenta deverá estar conosco.

Mas, na verdade, eu gostaria de me manifestar sobre dois temas. O primeiro: usar este momento para registrar, novamente, a visita do Deputado do meu Partido, o PCdoB, e ex-Presidente da Câmara dos Deputados, o camarada Aldo Rebelo, que, na última quinta-feira, esteve participando de um evento na Faculdade de Direito da UFRGS, alusivo aos 100 anos da formatura de Getúlio Vargas, e aproveitou para se reunir com membros do PCdoB, PDT, PSB, PHS e PRB, para discutir o fortalecimento do Bloco de Esquerda, Verª Neuza Canabarro, no Estado do Rio Grande do Sul.

Em suas manifestações, o Deputado Aldo acentuou que “Os Partidos que compõem o Bloco possuem grande proximidade ideológica, reúnem os socialistas, os trabalhistas e os comunistas.” O encontro entre os Partidos se deu em um almoço, na quinta-feira, com a presença de lideranças dos Partidos que compõem o Bloco, incluindo o Dr. Matheus Schimidt. “A tônica dos encontros tem se dado em função da proximidade política entre os partidos que integram a frente”, disse o Deputado Loureiro, do PDT. O Bloco planeja, para o mês de setembro, o lançamento, em Porto Alegre, do manifesto do grupo, com a presença de lideranças sociais e de todos os Partidos.

Quanto às eleições na Capital, os Partidos do Bloco têm mantido encontros regulares e discutem diferentes possibilidades de composição. Rebelo também considerou importante - e são as palavras também desta Vereadora - a aproximação com os peemedebistas. “Todos os Partidos da Frente têm relações muito próximas com o PMDB. Inclusive ele nos acolheu em momentos difíceis da história política”, relatou o Deputado Aldo Rebelo.

O PMDB e o PCdoB vêm mantendo conversas sobre a sucessão de Porto Alegre. Além dos Partidos que integram o Bloco de Esquerda, também estamos conversando muito próximos com o PMDB, que, assim como nós, está preocupado com os problemas da nossa Cidade.

Também gostaria de ressaltar, senhoras e senhores, a outra parte da agenda cumprida pelo Deputado Aldo Rebelo: os 100 anos da formatura - já dita anteriormente - de Getúlio Vargas, que se graduou em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFGRS -, em 1907. Ainda, para ele, é preciso examinar atentamente, Verª Neuza Canabarro, o legado de Vargas e tirar dessas experiências os nexos históricos que evidenciam a luta atual por um projeto nacional de desenvolvimento e a integração da América Latina. Segundo Aldo, a grande contribuição de Vargas, além de seu papel político para a formação do Estado Nacional, foi a criação da Consolidação das Leis do Trabalho e a instalação da Justiça do Trabalho no Brasil. Além disso, “Foi Vargas quem colocou o País no rumo da industrialização, o que mudou radicalmente o padrão de desenvolvimento brasileiro”.

Para finalizar, Srª Presidenta, gostaria de registrar, aqui, a grande festa ocorrida na noite de sábado, no dia 25, quando comemoramos o aniversário da nossa querida Deputada, camarada Manuela d’Ávila. O evento, que reuniu mais de mil pessoas, foi marcado por um ambiente de encantamento cultural, com performances circenses, teatrais, dança, música e apresentação de escola de samba. Também, comprovando o prestígio da nossa Deputada comunista, por lá desfilaram importantes lideranças políticas da Capital, nomeando aqui os nossos Vereadores, que já quero agradecer. Entre os que estiveram abraçando Manuela, estavam o Ministro de Esportes, Orlando Silva; o Prefeito José Fogaça; o ex-Governador Germano Rigotto; os Deputados Beto Albuquerque, Raul Carrion, Alberto Oliveira e Adão Villaverde; o Reitor da UFRGS, José Carlos Ferraz Hennemann; além dos Vereadores Margarete Moraes, Dr. Goulart, Carlos Todeschini, Sebastião Melo, Dr. Raul - o Ver. Alceu Brasinha ficou constrangido por ter sido no Centro de Eventos do Internacional, mas gostaria de estar lá -; esta Vereadora e várias Lideranças desta Casa.

Apesar da chuva que caiu no sábado e do frio, o ambiente foi caloroso. Ao chegarem, as pessoas eram recebidas com a simpatia, a simplicidade e a afetividade da nossa Deputada, que abraçava todos os convidados. O amplo espaço - quero parabenizar o Internacional pela construção do salão de eventos do Beira-Rio -, aos poucos, foi ficando pequeno. Eram amigos, familiares, camaradas do PCdoB, lideranças políticas e sociais.

Muito obrigada a todos os que estiveram lá e aos que gostariam de ter ido, mas, com certeza, num próximo momento, estaremos todos reunidos, aqui em Porto Alegre, para discutirmos políticas, e também para desfrutarmos de lazer e cultura. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadoras e Vereadores, eu acho que, no dia de hoje, como de resto, no final de semana, o grande debate desta Cidade deveria abordar aqui, na Assembléia Legislativa, nos órgãos de imprensa e na sociedade, aquilo que aconteceu com a presença do Presidente Lula em Porto Alegre, na sexta-feira. Nunca antes, na história do Rio Grande do Sul, um Presidente da República chega e anuncia um valor na magnitude de um bilhão e 400 milhões de reais, o Plano de Aceleração do Crescimento. Nunca antes, na história do Rio Grande do Sul. Eu desafio a olharem todos os anais da nossa história, do dinheiro que para cá veio, mesmo nas épocas da bonança do Regime Militar, quando tinha grandes obras do DNOS; nunca antes, na história do Rio Grande do Sul, Ver. João Dib, tanto dinheiro veio para o Estado, e alguns dizem que é promessa. Não, disse o Presidente Lula que, graças aos projetos apresentados, o dinheiro está garantido, como ele garantiu 55 milhões de reais para a Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Vejam, senhoras e senhores: o valor do processo de consulta popular do Governo do Estado para este ano é de 40 milhões, e o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva traz para a Av. Baltazar de Oliveira Garcia 55 milhões de reais, ou seja, 15 milhões a mais do que todo o dinheiro do Governo do Estado para consulta popular. Isso deveria ser manchete em todos os jornais, no sábado, no domingo, na segunda-feira. Eu gostaria de saber o que dirá a Liderança do Governo com a liberação de 103 milhões de reais para o Socioambiental.

Amanhã, eu quero ver o que dirão os jornais, e vou acessar o site da Assembléia Legislativa para saber qual foi o debate na Assembléia Legislativa do Estado no dia de hoje. Aqui, o que nós vimos? Um debate de desculpas esfarrapadas sobre um PPUA, que muda o antigo PPA, que é discutido concomitantemente com a Lei de Diretrizes Orçamentárias; também algo nunca antes visto na história desta Câmara. Isso, pelo negativo; pelo positivo, nós temos o Governo da Nação se comprometendo com investimentos reais e concretos para desenvolver o Estado do Rio Grande do Sul.

Eu gostaria de saber, gostaria de ver a generosidade daqueles que dizem e discursam aqui que nós devemos olhar para o Rio Grande, olhar para Porto Alegre e deixar de fazer disputas político-partidárias mesquinhas. Pois agora é o momento, Ver. Sebastião Melo, de ver quem é quem, de saber se a gente discursa aqui para cutucar a oposição, para cutucar o Governo Federal ou se discursa em cima de uma realidade concreta, que é a liberação de financiamentos, de verbas importantíssimas para o desenvolvimento da nossa Cidade. Sem falar naquilo que já vinha sendo construído, como, por exemplo, por intermédio da Caixa Econômica Federal, que é o financiamento da casa própria, que é o financiamento não apenas de casas populares - até o final do ano que vem, nós teremos 10 mil unidades, no Rio Grande do Sul, financiadas pela Caixa Econômica Federal -, mas também temos o financiamento da classe média média, da classe média alta. Enfim, hoje, é fácil conseguir financiamento na Caixa Econômica Federal. Hoje, nós temos um Governo que se compromete com a população e traz dinheiro para o Rio Grande do Sul. E eu gostaria de saber onde estão os discursos, porque hoje nós vamos ver como se comportam aqueles que receberam do Governo Federal essa quantia de dinheiro, porque eu sei que o Rio Grande do Sul produz, nós pagamos impostos, mas o dinheiro está vindo de volta. Obrigado, Verª Neuza Canabarro, que assume os trabalhos neste momento. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Adeli Sell.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Adeli Sell, como sempre, está muito entusiasmado, mas algumas dúvidas precisam ser colocadas. O Presidente veio e trouxe dinheiro para o Rio Grande, só que o Rio Grande, Porto Alegre, no caso do Socioambiental, dos 103 milhões, vai ter de pagar por esses 103 milhões! Bom, ele disse que, na Revolução, as coisas não aconteciam. Bom, eu fui Prefeito e recebi 28,200 bilhões de cruzeiros, a fundo perdido. Valia, porque foi feita a Baltazar, foi feita uma série de obras aí, como o início da 3ª Perimetral, a recuperação de toda a Farrapos, um bom trecho da Lomba do Pinheiro. Foram feitas muitas coisas, só não foi feito mais, porque havia uma inflação de mais de 10% ao mês, e a Câmara levou quatro meses para autorizar que eu recebesse a fundo perdido. Mas, agora, o Presidente da República - e sobre isto o Ver. Adeli Sell não fala - tem tomado, sistematicamente, um dinheiro do Estado do Rio Grande do Sul. O Governador Rigotto assumiu, depois do Dr. Olívio, e o Rio Grande do Sul devia 30 bilhões de reais para a União. Pagou, mensalmente, 18,5% da Receita arrecada. Terminado o Governo Rigotto, o Rio Grande do Sul deve mais do que 30 bilhões de reais. E o Presidente Lula não quer nem ouvir falar em repactuar a dívida. Não quer nem ouvir falar! Ele só diz assim: “Me dá o dinheiro aí. Me dá o dinheiro de uma vez!” No entanto, ele viaja pelo Exterior e perdoa a dívida de milhões de dólares da Nicarágua, perdoa a dívida de milhões de dólares da África do Sul. Eu não sei como é que ele faz para perdoar, mas ele perdoa - claro que ele quer ocupar um lugar nas Nações Unidas, mas parece que ele não vai levar.

 Aí tem que fazer uma comparação: ele pode perdoar dívidas no Exterior, mas não pode ajudar o Rio Grande do Sul. E o Rio Grande do Sul não quer que a dívida seja eliminada: o Governo quer repactuar, fazer um novo parcelamento, para que o Rio Grande do Sul possa crescer. Esses 55 milhões de reais, emprestados pelo Governo Federal, para recomeçar as obras da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, e, talvez, fazer outras obras, terão que ser devolvidos.

Quando eu fui Prefeito, eu recebi 28,200 bilhões de cruzeiros, e não deixei a Prefeitura de Porto Alegre devendo um centavo. Eu não acresci nenhum empréstimo, nenhum centavo!

Então, eu queria que o Presidente Lula, com a sua magnanimidade, não perdoasse a dívida do Estado, mas que ele repactuasse a dívida, que ele usasse a CPMF para a Saúde, e não para comprar votos.

Então, é bom não fazer discurso, porque não soma nada, Ver. Adeli Sell. Quando o Ver. Beto Moesch estava aqui, Ver. Adeli Sell, V. Exas. faziam Projetos conjuntos, e, agora, é uma agressão de parte a parte. Mas o sorriso de V. Exª apaga qualquer radicalidade. Então, eu vou apenas ler o que veio da Secretaria do Meio Ambiente (Lê.): “Quanto à denúncia de corte de árvores no endereço da Rua Cel. Corte Real, nº 82, referente ao ocorrido, temos a informar que a área possui 194 árvores, sendo a maioria exótica, como a amoreiras, goiabeiras, abacateiros, laranjeiras, bergamoteiras. As nativas são pioneiras, ou seja, de crescimento rápido, e são abundantes na Cidade. Três vegetais serão transplantados (figueira nativa, cocão e uma canela), de acordo como Decreto nº 15.418/06. Se perecerem, deverão ser compensados através de seguro, revertido em prol do meio ambiente. Serão removidos 86 vegetais, muitos com estado fitossanitário ruim, sendo que o TCV (Termo de Compensação Vegetal) será de 209 mudas; destas, 30 serão plantadas no local, e o restante já foi entregue ao Viveiro Municipal para posterior plantio, pela SMAM, nos passeios próximos. Permanecerão no imóvel 105 vegetais em uma área permeável, que totaliza 44,8% da área total. Será construído na área um prédio residencial. O projeto inicial, aprovado pela Prefeitura, contemplava estacionamento coberto no terreno. Após as reuniões com a comunidade (houve três), o projeto foi alterado e reaprovado pela Prefeitura, sendo emitidas as autorizações pela SMAM para remoção da vegetação. Observa-se que houve plena publicidade como, por exemplo, fixação de placa informativa e três reuniões com a comunidade. A SMAM vai solicitar a suspensão das remoções, por 72 horas, para demais esclarecimentos. Sendo o que tínhamos a informar...”

Então, eu gostaria de deixar claro que as coisas não são feitas aleatoriamente; apesar de ler aqui os documentos que são fidedignos, eu não tenho dúvidas, vieram da Fundação Zoobotânica. Eu só acho que, para um terreno pequeno, com tanta fauna, fica difícil a sobrevivência para todos eles. De qualquer forma, penso ter deixado clara a posição da SMAM. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu não sei se estou num outro país ou se eu estou na cidade de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Esse mesmo Presidente que anuncia para todo o País o milagre do desenvolvimento vê um País se atrofiar a cada instante; esse mesmo Sr. Presidente presidiu toda essa trapalhada nacional e a era das tragédias brasileiras, como a tragédia do “mensalão”, presidida, todos nós sabemos, por quem e qual o distintivo partidário que usava. Todos nós, o País inteiro sabe; esses salvadores fantásticos que chegam aqui e abrem as burras, só na palavra, porque até agora não se viu absolutamente nada! E o grande distintivo dessas promessas faz, imediatamente, crescer um órgão chamado nariz de um velho personagem das histórias infantis: o Pinóquio! E esse Pinóquio vem para cá acenar com dinheiro para nós; e nós, crédulos, acreditamos que ele iria mandar dinheiro para o Rio Grande do Sul! Ora! Por favor! Por que essa estrada, que deveria estar duplicada, até hoje está inconclusa? Por que há a questão do corte da área da Saúde? A tragédia em que nós vivemos? Por que nunca vocês ouviram falar, nunca o Partido dos Trabalhadores viu...

 

(Manifestações no plenário.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Por gentileza, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: A pergunta que se faz é a seguinte: vocês já ouviram alguma vez o Presidente da República se referir à expressão “Orçamento Participativo”? Dói o cotovelo, porque vocês perderam a Prefeitura! Estão aqui com uma metralhadora giratória, todos nós sabemos.

 

(Manifestações no plenário.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, faça-me esse favor... Por gentileza.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Vereador, eu garanto o tempo de V. Exª Por gentileza, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há um orador na tribuna, no espaço de Liderança; vamos garantir o tempo do pronunciamento. Vereadores, por gentileza!

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: A parte mais sensível do corpo, indiscutivelmente, é o cotovelo. Pois nós vimos um desfile de sensibilidade de cotovelos aqui a tarde inteira! Massacre em cima de um Prefeito que se esforça para compensar a barbaridade que ele herdou de uma Cidade que ganhava Prêmios Abrinq, e as crianças eram encontradas, a toda hora, em todas as sinaleiras, crianças espezinhadas e maltratadas por um Governo virtual, de mentiras! Dizer que gastamos em publicidade! Ora, quem gastou em publicidade durante 16 anos? Aí fica difícil!

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Eu estou garantindo o tempo do Vereador que está na tribuna, e solicito, mais uma vez, aos Vereadores um pouco mais de tranqüilidade.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Obrigada, Srª Presidente. Nós ouvimos, toda a tarde, sobre a questão do turismo. Ora, eles fecharam a Epatur e fizeram uma subseção de uma subsecretaria, e vêm falar de turismo aqui em Porto Alegre? Eles diziam que turismo era coisa de burguês, que eles não queriam fazer de jeito nenhum turismo! Então, nós ouvíamos essa cantilena e, agora, eles vêm reclamar que o Prefeito propôs uma Secretaria de Turismo. Que beleza que ele tenha proposto! Eu acho ótimo para Porto Alegre, uma Cidade que tem destinação turística, sim, e muito boa. Isso se chama cotovelo; a parte mais dolorida é o cotovelo. E, quando eles perderam a hegemonia, o cotovelo doeu demais, porque foram arrogantes, porque todos os outros eram desonestos, não valiam nada, só eles eram as vestais, eram as meninas; eram virgens; porém, moraram no Rio.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Presidente, na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; público que nos assiste nas galerias, através da TVCâmara, senhoras e senhores.

Venho a esta tribuna, hoje, em nome do meu Partido, o PDT, cuja Bancada, nesta Casa, é composta pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Ervino Besson, Mario Fraga e este Vereador, para trazer uma reflexão a respeito de um protesto que está sendo organizado hoje e que, na realidade, nós ainda não tivemos a oportunidade de abordar. Faço esta reflexão também em função de um contato que tive hoje, pela manhã, com o Dr. José Bonifácio Glass, do Hospital Parque Belém; do Sr. Ivo, que me trouxe alguma documentação a respeito deste tema e em consideração à responsabilidade que me foi delegada pela minha Bancada e também por opção própria, de compor a Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa. Falo da paralisação que foi coordenada, hoje, e está ocorrendo, ainda, em todo o Estado, que é a paralisação total de atendimento dos procedimentos eletivos nos hospitais. Está aqui o Ver. Dr. Goulart, que é médico; o Ver. Sebenelo, que me antecedeu também, e o Ver. Dr. Raul, Presidente da nossa Comissão, que concordam que realmente esse movimento “Mais Saúde para os Hospitais” vem buscar um equilíbrio para uma defasagem do que é pago pelo SUS aos hospitais e que tem causado uma distorção tão relevante, Ver. João Dib. Constatamos - e contra os fatos não há argumentos - que treze hospitais da Região Metropolitana fecharam as suas portas, simplesmente encerraram seus serviços na área de Saúde, muito em função dessa defasagem em que se encontra a tabela do SUS; em função disso, os hospitais, para muitos procedimentos, acabam tendo um custo: o hospital paga para atender. Essa é a avaliação que me foi repassada, e, depois, quero, ainda nesta oportunidade de Liderança, fazer uma leitura a respeito da tabela do SUS e da tabela do custo, e o percentual de defasagem que decorre de alguns atendimentos. Nós sabemos que outros atendimentos, principalmente na área de transplantes, enfim, estão compatíveis, mas há uma série de procedimentos que está transferindo um custo muito grande para os hospitais. Cada porta de um hospital que se fecha, no Estado, acaba sobrecarregando a cidade vizinha e, fundamentalmente, a Capital, que é o pólo, onde nós sabemos que a “ambulancioterapia” tem funcionado e sobrecarregado a Rede Hospitalar Municipal. Eu falava aqui de alguns procedimentos. Por exemplo: para os raios X simples, a tabela do SUS paga R$ 4,91, e o custo que nos foi apresentado é de R$ 27,58 - estão aqui os Vereadores médicos que não me deixam mentir. Caso haja alguma pequena variação nessa tabela, me corrijam. Uma endoscopia, que a tabela do SUS cobre com R$ 14,40, teria um custo de R$ 79,60; uma diária de UTI II, que custaria 700 reais, tem, pelo SUS, a cobertura de 213 reais. Nós temos uma grande rede de hospitais filantrópicos no Estado: são 239, hospitais, com 25 mil leitos, sendo 17 mil conveniados com o SUS.

Nós percebemos que movimentos se organizaram para garantir a CPMF. Então, é importante que nós façamos aqui uma reflexão: que realmente esse recurso seja investido na Saúde. Não é possível que se continue convivendo com a precariedade, com a falta de recursos numa área tão vital como é a da Saúde e que diz respeito à qualidade de vida de tantos brasileiros, tantos gaúchos, tantos porto-alegrenses! Nós queremos nos somar, então, no dia de hoje, ao “Movimento Mais Saúde para os Hospitais”, e que ele sirva realmente como um momento de reflexão, para que o Governo Federal e o Governo do Estado possam reorganizar a estrutura do SUS e dar reais condições para que os hospitais possam-se manter funcionando.

Eu conversava, no final do mês passado, com o presidente do IPE, ex-Deputado Otomar Vivian, que nos confessava que cerca de 30% do que gira em muitos hospitais, principalmente os do interior do Estado, estão vinculados ao custo do IPE, ao que o IPE investe nesses hospitais. Então, é importante que os governos adotem políticas públicas que possam revigorar a área da Saúde, uma área tão importante e tão carente da comunidade gaúcha, da comunidade porto-alegrense, brasileira, em geral, mas, fundamentalmente, para aquelas pessoas que mais precisam, que são as das comunidades mais carentes.

Nós sabemos também que os planos de saúde têm uma grande responsabilidade e têm atingido um número expressivo de pessoas, e que, sem os planos de saúde, praticamente já teríamos entrado em colapso, mas é fundamental que se priorizem as políticas públicas de investimento na área da Saúde, para que nós possamos reverter essa realidade, virar essa página e fazer com que os hospitais possam continuar oferecendo um bom atendimento, um atendimento de qualidade, salvando vidas e realmente dando as condições mínimas de qualidade que a Saúde exige para os atendimentos e as intervenções cirúrgicas no nosso Estado e na nossa Capital. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta desta Casa, muito digna Verª Maria Celeste; nobres Vereadores e Vereadoras, analisando o nosso Orçamento para o ano de 2008, constatei novamente que a Habitação é a prioridade na demanda do Orçamento Participativo. Não poderia ser diferente, porque, de 1973 a 2002, mais do que dobrou o percentual de favelados na população de Porto Alegre. Em 2002, contamos 280 mil favelados em Porto Alegre; em 2007, de repente, estamos ultrapassando a barreira dos 300 ou chegando perto dos 400 mil. Se quisermos diminuir a violência, se nós quisermos ter progresso e respeito, temos que atacar a estrutura que atende o núcleo familiar da nossa população. No item número um, para buscarmos esse apaziguamento social, esse amor à vida começa logicamente com a família tendo o seu lar, tendo a sua morada. Tendo a sua morada, já vai melhorar a sua saúde. Não é pretensão minha, mas parece que o atual Ministro da Saúde ouviu os nossos discursos aqui e está vendo que é muito pouco o dinheiro para o SUS, e está pedindo dois bilhões para consertar a tabela do SUS, nobre colega Vereador, médico, Dr. Goulart, e disse que eram aviltantes os repasses para os médicos do SUS, que nós exigíamos, há muito tempo, aqui, 76 reais para fazer uma cirurgia cardíaca! Depois, logicamente, vem a Educação, vem o emprego. Isso vai fazer com que tenhamos menos violência, logicamente também com a Reforma do Judiciário, para acabar com essa impunidade.

A Polícia Federal está prendendo, prendendo, mas não prendeu ninguém. Quem está preso, que a Polícia Federal prendeu? Então, é cineminha. Mas o que nós precisamos enfrentar, justamente aqui em Porto Alegre, também, meus senhores - e está aqui o nosso Orçamento para o ano que vem, o Plano Plurianual -, é resgatarmos a dignidade, para que esta Cidade não se torne favela, indiscriminada, como acontece naquela bela cidade-capital, que é o Rio de Janeiro, como é a grande São Paulo. Porto Alegre está se encaminhando para isso, e nós não podemos fechar os olhos. Temos que ter a coragem de colocar o desenvolvimento no rumo certo; não podemos deixar que busquem áreas de risco embaixo de alta tensão, com aglomerados sem dignidade de vida, esgoto a céu aberto, água contaminada; não podemos deixar tudo isso se proliferar em nossa Cidade. E pergunto: qual é o cidadão que se sentirá honesto o suficiente para cumprir os mandamentos da sua religiosidade, se ele tiver vivendo nessas favelas, na desesperança da vida? É chegado o momento, sim, de arrumarmos verbas para fazermos uma regulamentação fundiária, o início de um plano efetivo, de um aproveitamento das áreas habitacionais de Porto Alegre, com infra-estrutura digna, com água, com luz, com esgoto, com escola próxima, com postos de saúde próximos também. E, queira Deus, que esse Ministro consiga convencer. Eu tenho as minhas dúvidas, porque só vejo, neste País, a cada dia, ser lançado um projeto fantasmagórico, projetos demagógicos, porque não se completa nem 30% das promessas, o resto é contingenciado, o resto é fazendo caixa para quê? Eu desconfio que é para que possa continuar essa corrupção da compra da consciência dos políticos e do Poder Público deste País. Este é o apelo que eu faço: Porto Alegre não deverá se transformar em uma favela única, e, sim, em uma cidade em que todos possam morar condignamente.

Eu agradeço o tempo um pouco a mais, Srª Presidente, mas esse desabafo eu tinha que trazer, a bem da verdade, para nós, Vereadores que estamos sentados estudando a nova Lei Orçamentária e o Plano Plurianual. Muito obrigado a todos os senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu queria, inicialmente, falar um pouco do Dia da Vacinação e de várias coisas extremamente positivas que foram recorrentes no dia da nossa vacinação aqui em Porto Alegre. Eu estou colocando isso, porque alguns Vereadores tentavam insinuar que os profissionais de Saúde não cumpririam as suas responsabilidades. Eu acho que a atuação dos profissionais de Saúde envolvidos na vacinação foi irretocável nessa Campanha de uma questão tão importante que é luta contra a paralisia infantil. E, apesar de toda a chuva aqui na nossa Cidade, eu também destaco que, além dos profissionais de Saúde, o mau tempo não conseguiu deixar em casa um corpo de voluntários que participavam, conjuntamente com os profissionais de Saúde, na busca da cobertura do Dia da Vacinação em nossa Cidade, que, inclusive, no Estado, foi prorrogada, tendo em vista as questões de chuvas intensas em algumas regiões do Estado.

Eu queria também registrar três notícias importantes que tivemos na imprensa hoje. Primeiro, a ampliação das inscrições das casas próprias, das casas populares no nosso Município, mais uma vez comprovando a prioridade que a nossa Prefeitura tem dado à questão da habitação popular para população de baixa renda, para pessoas que estão em áreas de risco, para as pessoas que vivem em áreas de subabitação.

Também em relação ao nosso Centro de Porto Alegre, nós temos duas grandes importantes vitórias: primeiro, a utilização da Confeitaria Rocco e a sua vinculação com todo o trabalho do Porto Alegre em Cena, que é um acontecimento da maior relevância cultural da nossa Cidade, e que, normalmente, ocorre com um grande fluxo de porto-alegrenses e que, agora, tendo em vista o sucesso do Porto Alegre em Cena, ele já se constitui em uma atração turística da Cidade, já tem atraído muitas pessoas que buscam Porto Alegre atrás dos espetáculos promovidos pelo Porto Alegre em Cena.

E eu queria, para aqueles que ainda não estão curtindo o Centro de Porto Alegre, sugerir que não deixem de vivenciar duas experiências fundamentais, do ponto de vista da expressão cultural, que ocorrem no Centro de Porto Alegre. Primeiro é participar das atividades do Caminho dos Antiquários, perto da Praça Daltro Filho, uma praça que, antes de a nossa gestão a assumir Prefeitura, ela sequer tinha bancos para as pessoas sentarem. Hoje, é exatamente daquela Praça que saem as danças, as manifestações culturais, e é muito interessante ver essa “minirrecoleta”, para quem conhece Buenos Aires, que começou a florescer com mais intensidade na área exatamente dos antiquários como um atrativo da música, da dança e da integração cultural da população de Porto Alegre com seu Centro.

E também quero recomendar que participemos, um dia, da visita ao Centro de Porto Alegre, a pé, por quê? Porque essas visitas têm uma característica extremamente interessante, elas mostram Porto Alegre com os olhos das pessoas que são especialistas na área da arte, na área da arquitetura. Tem sido um programa da Prefeitura em parceria com as universidades, que permitem uma visão de Porto Alegre, orientada por especialistas, que juntam mais de cem pessoas; uma verdadeira passeata cultural o que acontece no Centro da Cidade.

Portanto, são atividades culturais que crescem em Porto Alegre como conseqüência de uma parceria entre a Prefeitura de Porto Alegre e a nossa Cidade através das suas entidades culturais.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Verª Clênia. Visivelmente, não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h50min.)

 

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